quinta-feira, 9 de setembro de 2010



"Não tenho tempo para mais nada...
Ser feliz me consome muito.
Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa
ou forte como uma ventania:
depende de quando e como você me vê passar.
Eu acreditava em anjos.
E, porque acreditava,
eles existiam.
Perder-se também é caminho.
Já que se há de escrever,que,
pelo menos,
não se esmaguem -com palavras- as entrelinhas.
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
Não se preocupe em entender.
Viver ultrapassa qualquer entendimento.
Todos os dias, quando acordo,
vou correndo tirar a poeira da palavra “amor”.
Há a vida que é para ser intensamente vivida.
Há o amor,
que tem que ser vivido até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.
Sempre conserve uma aspa à sua esquerda
e outra à sua direita.
Que medo alegre o de te esperar!
Tenho medo de dizer quem sou:
no momento em que tento falar,
não exprimo o que sinto
e o que sinto se transforma, lentamente,
no que eu digo.
Quando se ama,
não é preciso entender o que se passa lá fora,
pois tudo passa a acontecer dentro de nós.
Eu nem entendo mais aquilo que entendo.
Pois, estou infinitamente maior do que eu mesma...
então, não me alcanço.
Ouve-me.
Ouve o meu silêncio.
O que falo nunca é o que falo e, sim, outra coisa.
Capta a “outra coisa” porque eu mesma não posso.
Você pode, até, me empurrar de um penhasco...
E daí? Eu adoro voar!
E ninguém é eu.
E ninguém é você.
Esta é a solidão.
Minha alma tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
O que verdadeiramente somos
é aquilo que o impossível cria em nós.
Sou composta por urgências:
minhas alegrias são intensas,
minhas tristezas, absolutas.
Me entupo de ausências,
me esvazio de excessos.
Eu não caibo no estreito...
Eu só vivo nos extremos..."

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