sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

2013


"Sabíamos que o fim estava próximo, por isso pusemos tudo num poema, para contar ao universo quem éramos, por que estávamos aqui e o que dizíamos, fazíamos, pensávamos, sonhávamos, desejávamos, embrulhamos nossos sonhos em palavras e moldamos as palavras para que vivêssemos para sempre, inesquecíveis.
Depois enviamos o poema como um padrão de fluxo, para aguardar no coração de uma estrela, emitindo sua mensagem em pulsos, erupções e chiados por todo o espectro eletromagnético. Até que, em mundos a mil sistemas solares dali, o padrão fosse decodificado e lido e se tornasse um poema de novo.
É impossível ouvir um poema sem que ele mude você. Eles o ouviram, e o poema os colonizou, tomou posse deles e os habitou. Os ritmos do poema passaram a fazer parte do modo de pensar deles. Suas imagens transformaram para sempre as metáforas deles. Seus versos, seu modo de ver, suas aspirações se tornaram a vida deles. Depois de uma geração, as crianças já nasciam sabendo o poema, e logo, porque essas coisas são assim, já não nasciam mais crianças. Não havia necessidade delas, não mais. Só havia um poema feito de carne que andava e proliferava por toda a vastidão do conhecido.”

Como conversar com garotas em festas – Neil Gaiman

Que 2013 seja um ano em que o poema recitado fale de paz, fale de compreensão e solidariedade, que seja um ano doce e milagroso.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012



Gárgulas, pensei, eram colocadas sobre as Igrejas e catedrais para protegê-las.
Eu me perguntei se uma gárgula poderia ser colocada sobre outra coisa para protege-la. Por exemplo, um coração...”

Como você acha que me sinto
Neil Gaiman

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

É Natal...


Pode parecer bobagem, ou aquelas coisas clichês que a gente diz quando está apaixonada, mas obrigada por ter sido meu presente nesse Natal. Nada de pornografia sobre pessoas enroladas com fitas, é aquele presente gostoso, que você ganha quando é criança e quer levar pra todos os lugares debaixo do braço e mostrar pra todo mundo e durante o ano todo ele será o seu melhor amigo, foi assim com você.
Em meio às turbulências dessa nossa viagem, a gente conseguiu se agarrar mais um ao outro e curtir essa data comemorativa, comemorativa porque a gente tá junto, não pelos presentes, comidas, e etc, mas porque a gente tá junto. Comemorar por depois de tanto tempo a gente ainda poder olhar um pro outro com amor, dizer eu te amo vindo do coração, e ter certeza que a gente nunca vai dar certo junto, mas e daí? Nessa vida monótona cheia de regras é tão gostoso ser errado, e a gente é errado, mas errados juntos.
Esse pequeno textinho é sobre o amor, não é sobre presentes (apesar deu ter amado minha nova coleção de Hello Kitty monstros e meus persocons.), nem sobre o significado verdadeiro do Natal, é sobre o amor, o meu amor por você que a cada dia cresce mais e mais, e apesar dos obstáculos que a gente enfrenta faz com que a gente esteja muito mais forte a cada dia.

“...But love will bloom even in gloom...”


 Te amo

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Querido Papai Noel


Fiquei pensando com meus botões se deveria escrever ou não essa cartinha. Pesei os prós e contras, fiz uma listinha, e bem, cá estou eu...
Ando com pouca vontade de escrever ultimamente, por mais que eu ache que existam ainda tantas palavras soltas para serem colocadas no papel. Toda vez que tento escrever é como se eu estivesse seca, não sei se o senhor vai entender, eu sinto que as palavras estão aqui dentro em algum lugar, mas elas parecem brincar de esconde-esconde comigo porque não as acho, e quando as acho parece que não ficam no lugar correto que gostaria que estivessem...Não sei.
Ando tanto dentro de mim que quando resolvo colocar os olhinhos de fora e observar o mundo que me rodeia sinto calafrios e volto pro aconchego do meu mundo de maravilhas outra vez, estampo aquele sorriso no rosto, e vamos lá, é carnaval, é natal, é ano novo, é páscoa, é aniversário, é celebrar...então vamos celebrar!
Sinto falta daquela inocência, quando eu acordava e corria pra sala com os pés descalços esperando pra ver o que você tinha trazido pra mim. A inocência que meus pais alimentavam trancando algum cômodo da casa fingindo reforma enquanto guardavam bem escondidinhos os meus presentes, eles ainda alimentam minha inocência sobre você quando eu insisto sobre não ganhar presentes e acordo com algum ao lado da cama, ou todos os anos quando minha mãe me espera pra montarmos juntas a arvore de Natal. Em meio a um mundo cínico e cinza eu ainda posso, de vez em quando, me dar o luxo de poder acreditar.
O que eu sempre odiava no Natal eram aquelas missas intermináveis, ficava horas e horas em pé escutando palavras sem sentido nenhum, minha infantilidade genuína queria estar lá fora brincando com meus primos, beliscando a ceia, correndo de um lado pro outro e espiando a arvore de Natal e a sobremesa, ou assistindo o especial da Xuxa ou o especial da Turma do Mickey. Hoje eu entendo, infelizmente eu entendo. Entendo que do mesmo jeito que eu acreditava num Papai Noel que me trazia presentes, todas aquelas pessoas acreditavam que alguém lhes traria paz, amor e um ano melhor. A diferença é que com o tempo eu deixei de acreditar na magia do Natal, e eles ainda acreditam na magia de um mundo melhor pra todos. É...eu não acredito mais...
A gente sempre começa uma carta pra você dizendo se foi ou não boazinha no ano que passou, se merece ou não aquela linda boneca com fitas cor de rosa da vitrine, bom, eu não mereço, não fui boazinha esse ano, e quer saber, depois de um tempo vivendo por aqui você perde a crença de que alguém, algum dia, pode ser bonzinho pra sempre. Tenho medo de ficar cinza, e acho que todos os dias quando abro os olhos eu ainda peço por um dia mais doce pra manter o ar cor de rosa fluindo dentro de mim, eu ainda tenho 0,01 de credibilidade que eu não vou acinzentar. Quem sabe você lendo essa cartinha não mande suas renas encantadas pra janela do meu quarto, faça eu juntar meus livros e músicas pra morar com você aí no Polo Norte, eu posso ajudar a mamãe Noel a tratar dos bichinhos, eu adoro bichinhos, tenho certeza que me daria bem com seus duendes. O senhor acredita que eu até espirro quando vai chover? Eu posso ter sangue de duende em mim...então dá uma chance pra essa pobre moça de viver com o restinho de cor de rosa que sobra.
Sei que eu não fui uma boa menina esse ano, e sinceramente (a gente não pode mentir pro Papai Noel) eu acho que quanto mais velha eu for ficando, menos boa eu vou ser, então vamos lá senhor Noel, faz só esse favorzinho pra mim.
Eu cansei sabe Noel, cansei desse mundão estranho, eu só quero que as coisas sejam simples, claras, transparentes, que as pessoas sejam boas umas com as outras, e com a Natureza, não quero mais ouvir a Mãe Terra chorar por seus filhos, eu quero acreditar que ainda existe um final feliz pra raça humana, pra mim, pro senhor, pros nossos irmãos, pra Natureza, pras pessoas que vão a todas as Igrejas e pedem por isso também . O senhor podia dar um jeito de levar o pedido delas pro Papai do Céu também né...vocês são pais, vocês se entendem. Ignora aqueles pedidos mesquinhos de carro, casa, dinheiro e etc, e foca no pedido de dias melhores, de pessoas melhores , de sentimentos melhores.
Senhor Noel pra terminar, eu gostaria de pedir pro senhor cuidar das crianças, por favor, cuida das crianças por aqui, elas estão sofrendo tanto...
É isso, pra quem fez até listinha se escrevia ou não eu já falei demais.

Se cuida senhor Noel.

Espero ver o senhor em breve.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012


“Ela mesma é uma casa mal assombrada.
Não é dona de si própria; seus ancestrais às vezes aparecem e olham das janelas de seus olhos.
E isso é muito assustador...”


Angela Carter – The Lady of the House of Love


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

*♥* Décimo Oitavo Mês *♥*


Tem gente que diz que essa data simboliza a sorte, outros que é um presságio do fim do mundo, outros estão felizes porque as brincadeiras das datas iguais só se repetirão agora no próximo século, se o mundo aguentar até lá. E o que eu acho? Bom, você sabe que eu sou ligada em numerologia, astrologia, e o que eu posso desejar nessa data pro mundo, é o que eu desejo todos os dias, mais paz, mais amor, mais solidariedade e humanidade...
E coincidentemente hoje nós comemoramos dezoito meses de namoro. Dezoito que é equivalente ao valor numérico da palavra "Chai", que significa "Vivo". A Cabala ensina que 18 corresponde ao poder de vontade na alma. E nada melhor do que um significado desses pra um dia como hoje, que os astrólogos dizem que será o começo de uma grande mudança.
Talvez, independente da sua crença e de seus conceitos, a gente consiga mudar um pouco. Mudar. Sem vontade não se consegue mudar nada, você não acha? Então que a gente use esse décimo oitavo aniversário pra fazer algumas mudanças na alma, na minha, na sua, na essência que nos mantém unidos, e que a gente consiga enfim chegar a um equilíbrio, Um lugar seguro no olho do furacão.
Hoje eu não tenho muito o que dizer, e não tenho um nome bonitinho pra colocar na Bodas, você já inventou tão bem "Pluminhas Milagrosas", "Chicletes de Purpurina", "Pintinhos de Pompom", que eu não vou mudar isso.
Que seja o amor que nos guie sempre, e que isso baste pra que nossos corações se mantenham unidos se for assim que deve ser.


Te amo ♥


terça-feira, 11 de dezembro de 2012


_ Será que a gente nunca vai conseguir achar a pessoa certa?
_ Ah...eu acho que é a gente quem faz a pessoa ser certa né?
_ Não é bem assim. Às vezes você faz tudo que está ao seu alcance pra dar certo e mesmo assim não dá...
_ É...por isso que eu não acredito no amor. Só acredito na felicidade. Se você está feliz então pronto, é a pessoa certa e a situação certa.

Filosofias de uma amizade duradoura.


domingo, 9 de dezembro de 2012


“...Existem pessoas que acreditam que sempre tem um jeito,
para inventar,
assistir,
ler ou para se criar um refugio,
mesmo que pequeno...”

Desventuras em Série

sábado, 8 de dezembro de 2012


"Não há mais barreiras para atravessar. Tudo o que eu tenho em comum com o incontrolável e o insano, o vicioso e o mal, toda a confusão que eu causei e minha total indiferença para com isso eu já superei. Minha dor é constante e acentuada, e eu não espero por um mundo melhor para todos. Na verdade, eu quero a minha dor seja infligida a outros, aqueles. Eu não quero que ninguém escape. Mas, mesmo depois de admitir isso, não há catarse; meu castigo continua a iludir-me, e eu não ganho um conhecimento mais profundo de mim mesmo. Nada novo pode ser extraído de minha narração. Esta confissão não significou nada."

American Psycho.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012


“…Let us die young or let us live forever
We don't have the power but we never say never
Sitting in a sandpit, life is a short trip
The music's for the sad men...

Some are like water, some are like the heat
Some are a melody and some are the beat
Sooner or later they all will be gone
Why don't they stay Young...”

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

"Acho que prefiro me lembrar de uma vida desperdiçada com coisas frágeis a uma vida gasta evitando a dívida moral."


“Enquanto escrevo isso, me ocorre que a peculiaridade da maioria das coisas que consideramos frágeis é o modo como elas são, na verdade, fortes. Havia truques que fazíamos com ovos, quando crianças, para demonstrar que eles são, apesar de não nos darmos conta disso, pequenos salões de mármore capazes de suportar grandes pressões, e muitos dizem que o bater de asas de uma borboleta no lugar certo pode criar um furacão do outro lado do oceano. Corações podem ser partidos, mas o coração é o mais forte dos músculos, capaz de pulsar durante toda a vida, setenta vezes por minuto, não falhando quase nunca. Até os sonhos, que são as coisas mais intangíveis e delicadas podem se mostrar incrivelmente difíceis de matar.
Histórias, assim como pessoas, borboletas, ovos de aves canoras, corações humanos e sonhos, também são coisas frágeis, feitas de nada mais forte ou duradouro do que 26 letras e um punhado de sinais de pontuação. Ou então são palavras no ar, compostas de sonhos e ideias _ abstratas, invisíveis, sumindo no momento em que são pronunciadas_, e o que poderia ser mais frágil que isso? Mas algumas histórias, pequenas, simples, sobre gente embarcando em aventuras ou realizando maravilhas, contos de milagres e monstros, perduram mais do que todas as pessoas que as contaram, e algumas perduram mais do que a própria terra em que foram criadas.”



Neil Gaiman
Primeiro dia da Primavera de 2006.




terça-feira, 20 de novembro de 2012



“...Existe algum titulo para tudo?
As palavras não acolhem tudo o que se quer dizer.
São demasiado pequenas, mas também serão,
a par do que sentimos,
o melhor meio para nos expressarmos..."

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Décimo sétimo mês


O quarto estava silencioso quando eu entrei, por todos os lados recordações de um tempo diferente daquele.
Minha mão escondia um punhal. Parecia ter sido feito para aquele momento.
Em meio à parede rosa descascada, me perdi observando cada detalhe daquele lugar que um dia havia sido tão maravilhoso, hoje nada mais restava a não ser pedaços de vidros espalhados pelo chão, molduras empoeiradas e sorrisos apagados pelo tempo. O ar frio entrava pela janela aberta onde uma cortina rasgada bailava.
Em um canto mais afastado uma vitrola cantava uma canção antiga de amor.
Olhei para ele, em sua inocência alheio a todo aquele caos. Contrariando todas as leis da natureza, ele sobrevivia ali.
Me aproximei e vi que seus olhos brilharam mais forte. Ele sabia que eu o enxergava.
Eu o peguei no colo com delicadeza, era lindo, simplesmente perfeito em sua doce inocência, era apenas um bebe...
Trazia em si uma imagem conflitante ao lugar em que estava, era limpo e claro, num quarto escuro e empoeirado.
O apertei forte contra o peito e senti a dor que ele me proporcionava, uma dor nunca antes vivida ou sentida.
Em meio a tudo aquilo, comecei a cantar canções de ninar o embalando, até que seus olhos pesados fechassem completamente.
O coloquei de volta ao berço.
Era tão sereno e lindo.
Olhei para o punhal em minha mão. Era preciso fazer aquilo. Não havia escolhas.
Porém ao me aproximar mais, sua respiração tranquila me fez parar um minuto para refletir. Ele merecia mais uma chance, mais uma chance de sobreviver naquele caos, somente uma. Eu não seria capaz de mata-lo...não agora, não neste momento.
Me debrucei sobre o berço e beijei sua linda face.
Ali ele dormiria até quando fosse necessário, quando o inverno da alma passasse quem sabe seria sua vez de regressar.
Coloquei o punhal em cima da velha cadeira e virei as costas.
Quando alcancei a porta dei uma última olhada e peguei a chave que a muito tempo estava guardada dentro de uma gaveta.
Me despedi de tudo aquilo.
Saí trancando-o no meu coração para sempre...

terça-feira, 6 de novembro de 2012

November Rain

Chovia muito onde ela estava. Os pés descalços brincavam com as gotas que caiam duras e frias na terra, sentada observava o céu escuro.
Não viu quando ele se sentou ao seu lado.
Só percebeu sua presença quando tirando um cigarro da camisa ele disse com voz de tempestade:
_Não fique triste menina. A chuva não vai durar para sempre, acalme seu coração...logo logo dias calmos virão.
Ela não retirou os olhos das gotas que molhavam seus pés.
Depois de um tempo em silêncio ela disse:
_ Não gosto de dias assim. As gotas doem como navalhas entrando em minha pele e a tempestade me impede de voar.
_ Não seja boba_ disse ele brincando com o cigarro entre os dedos_ Você já enfrentou tempestades maiores e eu acredito que suas asas são mais resistentes do que pensa...
_ São tempos difíceis...
Ele a olhou por um tempo em silêncio.
_ Sabe o que dizem por aí_ disse ele levantando_ Que o céu acima da tempestade é tão azul quanto em nossos sonhos mais doces, e que as nuvens são brancas como carneirinhos. Dizem que acima de toda tempestade existe um lugar calmo e seguro pra repousar.
Pela primeira vez ela levantou os olhos e o encarou. O homem vestia preto e tinha o rosto sereno.
_ Você já foi lá?
_ Eu não_ disse ele sorrindo_ Não tenho asas como você. Mas se tivesse não ficaria sentada esperando a tempestade passar e o coração deixar de sangrar. É como dizem: “A neve e a tempestade matam as flores, mas nada podem contra as sementes.”
Ele fechou o sobretudo preto e se afastou.
Ela voltou a olhar para as gotas em seus pés. E tomando uma decisão abriu as lindas asas e subiu enfrentando a tempestade que ficara mais dura.
No começo achou que não iria aguentar a dor que dilacerava seu coração, lágrimas caiam de seus olhos, e estava cansada...muito cansada. Mas não iria desistir, tinha como objetivo chegar acima da tempestade, sabia ser capaz.
Voou mais rápido e com mais força até que alcançou a nuvem mais cinzenta de todas e a dor quase a deixou sem sentido, mas ela superou e passou por ela.
O que viu depois nunca imaginou que existiria, a tempestade ficara num lugar do passado, não havia mais dor, havia finalmente encontrado um lugar de paz.

Lá embaixo o homem sorria.




Hoje, contemplando o fim da tempestade,
Já não recolho os destroços como antes.
Levanto minha cabeça e sigo em frente...
Se tenho que tirar uma lição, fica esta:
O vento só leva, quem se deixa levar...”

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Are you float on by?

Os olhos paralisados dela não convenciam ninguém.
Aquele olhar vago, noturno, que não fazia parte da sua personalidade destacava-se no meio de olheiras grosseiras e profundas.
Ela estava cansada...
Os dias quentes de verão chegavam cada vez mais depressa e sua ansiedade aumentava mais.
Ansiava por noticias boas, que agora pareciam apenas sonhos de outrora quando se perdia em Wonderland.
Seus pés estavam cansados de caminhar por aí em busca de algum lugar pra repousar tranquilamente.
Não havia paz nos dias claros nem nas noites escuras.
O medo dela saia das sombras do quarto e perseguia sua mente adormecida.
Eles entravam pela sua pele, sua boca, escalando sua respiração, fazendo-a acordar sufocada.
Não havia mais salvação!
Ela andava cabisbaixa, temia encontra-los nos olhos das pessoas que estavam em seu redor.
Perderá sua fé, sua alma, sua cor...
Ela nunca soube exatamente como isso aconteceu, mas de repente ela falava uma língua estranha que ninguém mais entendia.
Sentia a dor de não fazer parte de ninguém e de ninguém fazer parte dela.
Sentia-se só...
Ela roeu unhas, escreveu textos, leu livros e ouviu músicas, lamentou tudo aquilo por dentro, mas silenciou.
E silenciosa desapareceu...


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

The Hobbit





"Se mais de nós desse mais valor a comida, bebida e música do que a tesouros, o mundo seria mais alegre...".


Essa foi à mensagem que essa jornada me trouxe...

domingo, 28 de outubro de 2012

Ogrodoce


Porque você é assim: totalmente irritante e grosseiro.
Porque você me tira do sério todas às vezes que abre a boca.
E que por mais que eu ache que não dá mais você tem aquela coisa que gruda no coração e pede pra ficar mais um pouco que está tão aconchegante aqui dentro.
Eu já sei de todos os seus defeitos, sei de todos os problemas e neuroses,
E sei de tudo que me faria ir embora, te deixar sem olhar pra trás e sem uma carta de despedidas marcada com um batom rosa e gotas de lágrimas.
Eu sei de todas as suas imperfeições, do seu nariz grande e do seu cabelo desgrenhado ao acordar.
Sei da sua impaciência e da sua mania idiota de controlar cada passo que eu dou.
Sei da sua implicância com meus vestidos, com meus gritos, com meus costumes.
Eu sei de tudo isso.
Eu sei...
Mas eu sei também que seu sorriso ao acordar é a coisa mais linda do mundo.
Que sua massagem me relaxa ao extremo e que seus braços me encaixam perfeitamente.
Eu sei que você é o verão do meu corpo frio, e que ninguém esquentaria melhor meus pés do que você.
Eu sei que você é quem mais sabe ouvir meus problemas, minhas neuroses e minhas TPM’s.
Eu sei que é você no telefone todas as noites contando histórias de reinos distantes, gatinhos preguiçosos e lápis cor de rosa.
Eu sei que é você que inventa canções, poemas, carinhos e pratos diferentes pra me agradar.
Eu sei que é você que todo dia me acorda às seis e meia da manha pra malhar.
E que todas as noites vela meu sono porque eu sempre tenho medo do bicho papão sair de dentro do armário.
Você é aquela canção que toca no celular no meio do trabalho e que eu fico imaginando na valsa do nosso casamento.
É você que escolhe comigo todos os detalhes dele com a maior paciência do mundo.
Eu sei que é você que se curou da alergia de gatos pra eu poder adotar um.
Eu sei que você abre mão de uma porção de coisas pra estar ao meu lado.
E que todos os dias abre apressado o Diário Oficial pra ver se a minha convocação saiu.
Eu sei que é você que todos os finais de semana me espera de braços abertos em cada ponto da rodoviária de madrugada, com blusas e um jantar pronto em casa...
É você aquele só pra mim...eu sei que é você...
E quando eu penso assim, todos os pontos negativos vão se espalhando pelo ar como poeira em um vendaval...e depois o sol nasce, as flores abrem e você está ali, com aquele sorriso de olhinhos apertados que eu amo tanto...
Torna-se titânico esse sentimento que não se consegue expressar com palavras.
Eu só sei que é em você que eu penso todos os dias ao acordar e dormir.
E se isso não for amor, eu não sei o que é...
Então, não estraga tudo não dessa vez...
Não estraga e não deixe a cidade mais sem ninguém!

“Eu gostei de você porque você é meio ogro, meio doce, você é ogrodoce.”


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Aquele só pra mim...


Como pensei essa cidade esta vazia.
Cada pessoa está com um “deles”
Elas não acordam do sonho divertido que tem com “eles”.
O tempo gasto com “eles” é um sonho!
Um tempo tão maravilhoso que parece um sonho...
“Eles” vão realizar qualquer desejo que as pessoas tenham,
E agem como as pessoas querem...
Não é uma pessoa, então pode se tornar o sonho de uma pessoa.
Mas tem uma coisa que “eles” não podem fazer:
Não podem se tornar pessoas!
Podem tomar o lugar de uma pessoa,
Mas não podem ser tornar uma!
Isso é uma coisa que eu sei muito bem...
Hoje continuarei procurando por aquele só pra mim.
Aquele que vai gostar de mim por eu ser quem sou,
Que vai continuar gostando de mim mesmo que eu não consiga garantir sonhos,
Mas...
Existe tal pessoa nesse mundo?
Espero que sim...
Será que ele vai gostar de mim, apenas de mim?
Seria bom, não é?
Será que ele não esperará nada de mim?
E se não for verdade?
Se ele não gostar de mim por ser eu mesma, então, ele não é aquele só pra mim!
Mesmo?
Mesmo...
Existe mesmo alguém assim?
Sim...
Então onde?
Tenho certeza de que esta bem perto...
Deve ter alguém por quem eu possa me apaixonar...
Mas..
E se ele se apaixonar por outra além de mim?
O coração de uma pessoa não pode ser apagado ou multiplicado como o “deles”.
É por isso que é difícil mudar coisas que as pessoas escolhem.
Eu sei...
O coração de uma pessoa é fácil de mudar,
Mas tem sentimentos que não podem ser mudados.
O sentimento de amor é muito difícil de mudar.
Então, o que devo fazer?
Terei que decidir...
Decidir e executar.
Eu com o outro eu...

Chobits

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A cidade sem ninguém...


“Aquela cidade estava completamente vazia.
Havia casas e as luzes podiam ser vistas pela janela.
Mas não havia ninguém nas ruas.
Tentei olhar pela janela
Tinha alguém ali, mas ele estava junto com um “deles”.
Olhei em outras casas
Todos estavam junto com “eles”.
Porque é bom ficar com “eles”.
Porque é mais divertido do que ficar com pessoas.
Então ninguém sai mais.
Esta cidade esta vazia...
Vou partir numa jornada
Vou para outra cidade
Acho que seria bom se alguém me encontrasse
Mas se aquele só pra mim se apaixonar só por mim
Então, este será o momento da nossa separação.
Mas ainda eu quero encontrar aquele só para mim.
É o que fico pensando enquanto eu ando pela cidade sozinha...”

Chobits


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

*♥* Décimo Sexto Mês *♥*


Feliz Bodas de Infância Bo *-*

Nesse dia das crianças nada melhor do que comemorar com uma Boda assim né? Principalmente pra gente que tem a chamada síndrome de Peter Pan e mantemos nossos pezinhos na infância ainda. Aliás, não mantemos os pezinhos porque quando a gente resolve ser criança a gente pega emprestado o pó de pirlimpimpim do Peter e saímos voando por aí.
E foram tantos lugares visitados nesses dezesseis meses não é? Quando a gente resolve entrar no mundo da Fantasia, tudo fica diferente, a gente “entra na segunda à direita e segue em frente sempre sempre até o dia amanhecer e chegarmos na Terra do Nunca...”
Bem aí tudo fica permitido, guerra de travesseiros, gordices o dia inteiro, chocolate no almoço, sorvete na janta, brinquedos, cosquinhas, desenhos animados...a gente vira princesa, cavaleiro, borboleta, dragão, fada, demônio, ogra e ogro, e misturamos tanta fantasia na realidade que a gente já nem sabe mais qual é qual.
E aí nós ficamos, na nossa linda Terra do Nunca, e de “todas as ilhas aprazíveis, a Terra do Nunca é a mais aconchegante e a mais compacta, nem grande nem esparramada, com cansativas distâncias entre uma aventura e outra, mas com tudo maravilhosamente apinhado.”
E é ali que curtimos nossos dias juntinhos, mantendo nossos pensamentos unidos e felizes, pois são os pensamentos felizes que nos fazem voar.
É ali que nos amamos e desejamos ardentemente não crescer, pedindo pro relógio ir bem devagar pras horas em que estamos pertinho passarem lentamente.
É ali que a gente tenta brincar de esconde-esconde com o Tempo, mas uma hora ou outra, por mais criativo que seja nosso esconderijo o Tempo nos acha e puxando nossas orelhas nos faz voltar a ser adultos, mas a gente sempre o engana, e quanto menos se espera, nós fugimos outra vez.
E é “naquele lugar, entre o sono e a vigília, o lugar onde se pode chegar sonhando, que eu sempre vou te amar e sempre estarei te esperando.”
É o lugar quando fugimos da nossa vida cinza e chata de ser adulto.
É lá que “eu vou te ensinar a andar sobre as costas do vento...
Então venha comigo, onde nascem os sonhos, e o tempo nunca é planejado.
Basta pensar em coisas alegres, e seu coração vai voar para sempre na Terra do Nunca, ali onde a gente se ama de maneira verdadeira e onde não se quer crescer.”
Enfim, obrigada por compartilhar esses momentos tão doces e lindos comigo nesses dezesseis meses.
Obrigada por ser meu parceiro de aventuras na Terra do Nunca.
É que a gente sempre tenha força e discernimento pra deixar nossa criança interior falar mais alto e que os anos e os cabelos brancos sejam coisas efêmeras pois nossa alma conservará o perfume doce das rosas pretas e cor de rosa do jardim da Terra do Nunca.

Te amo demais  

* ♥* Serendipity * ♥*



***Algumas frases usadas nesse texto são de autoria der J. M. Barrie para sua notória peça de teatro intitulada Peter and Wendy, que originou um livro homônimo para crianças publicado em 1911, e de várias adaptações destes para o cinema.
Em 1929, Barrie deu um presente extraordinário para a sua instituição da caridade favorita. Doou todos os direitos autorais de Peter Pan para o Great Ormond Street Hospital, um hospital londrino para crianças. Isso significava que, sempre que alguém encenasse uma produção da peça ou comprasse um exemplar de Peter Pan and Wendy, o hospital ficaria mais rico, em vez de Barrie. Ao longo dos anos, verificou-se que o presente fora mais valioso do que ele jamais poderia imaginar.***