sexta-feira, 13 de junho de 2014


Enquanto as folhas das árvores caem pelo outono, eu sinto meus pés e corações congelar, será que ainda restam esperanças?

Talvez quando as sombras não forem assim tão espessas, e os dias voltarem a ser claros e doces, eu consiga enxergar o caminho por onde estou seguindo. Por enquanto os dias cinzas tomaram conta da minha mente, e navegar em meio a tempestade só faz com que percamos ainda mais a direção certa. Talvez quando a poesia voltar a fazer sentido, e as palavras voltarem a se unir em minha mente eu possa enxergar tudo que deixei passar.
A vida brota do caos...a mão que afaga perde a força, a palavra que ia ser falada encontra aconchego debaixo da língua e por ali fica, sem vontade de ser dita.

E no meio do caos eu vejo você...

…Shine on you crazy Diamond...

Como um cometa luminoso em um céu escuro, você ilumina o que há de triste, você ilumina o que há de dor, e assim sem mas, nem talvez, eu consigo me aconchegar em seus braços e já não há importância se os dias são cinzas lá fora, se os meteoros caem rapidamente do céu, se o caos se espalhou. Não importa mais nada, a ressaca do mar se mistura com as lágrimas derramadas na noite passada, a maquiagem borrada se apaga e dá lugar a face limpa e clara, e nada faz mais sentido do que a química composta por seu perfume misturado ao meu. Os dias cinzas e melancólicos passam como areia na ampulheta dos sonhos enquanto caminhamos de mãos dadas ao som daquele velho violino. O outono é o cenário da nossa peça, e cada ato vai se desencadeando em total maestria.

No final da noite, talvez no final da estação, parafraseio Gabo e deixo no espelho do seu banheiro escrito em batom vermelho:
Menino, estamos sozinhos no mundo...

Que o outono dure para sempre.