quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Sinto que vou me apaixonar perdidamente...


“Você acreditaria que há uma criatura que transforma tudo o que olha em branco puro? Que há corpos de vidro afundados na água do pântano? E vacas do tamanho de insetos, com asas de borboleta? Então ainda não pode enfrentar o que está acontecendo com você. Talvez ainda não tenha percebido, ou ache que é apenas uma farpa no dedo do pé, mas a verdade é que você está, de fato, se transformando em vidro, lentamente.
E embora, nesse ritmo, talvez pudesse seguir para sempre, tornando a transformação derradeira tão vaga como a morte, nunca se sabe quando seu corpo e sua razão se cansarão da batalha, e você terá de sucumbir instantaneamente à mais fantástica das cristalizações. É hora de acreditar no impossível. E, antes de mais nada, acreditar em si. Porque, se não é mais capaz de surpreender-se e maravilhar-se com os mistérios dessa vida, talvez seu coração já tenha endurecido.”

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

*♥* 27 *♥*


Olha aí Bo, quanto tempo já faz que a gente levou aquela flechada certeira do cúpido hein? Esse dia a gente nunca esquece, aquele dia chuvoso, meio abafado, acinzentado, em que nossos olhos se encontraram pela primeira vez, e aí ela veio, a flecha afiada que rasgou tudo aqui dentro, e não tinha mais volta.
Depois o mundo mudou, as cores mudaram, as nossas vidas viraram de ponta cabeça, e vieram os morceguinhos e borboletas no estômago, os olhinhos brilhando, o coração fazendo ticaticabunch, as respirações prendidas, e tudo por mais brega que possa parecer se transformava em corações, inclusive mordidas em maça do amor, anjos e demônios ganharam histórias lindas, e o preto nunca ficou tão compatível com o rosa. As noites traziam mais saudades, e os dias não estavam completos quando você não estava. As alegrias ficaram mais intensas, e as dores mais fortes, porque a gente aprendeu a dividir tudo, então um acaba sentindo o que o outro sente e quando a gente percebeu “as nossas vidas” se transformou em “nossa vida”, as viagens pelo mundo começaram a tomar forma, porque enfim, eu tinha achado o meu parceiro de mochila, enfim um companheiro de aventuras, e eu queria e quero explorar cada cantinho do mundo com você, quero uma foto no topo de Machu Picchu, e uma no Pico do Everest, quero uma debaixo da Torre Eiffel, outra em frente ao Taj Mahal, uma nas Muralhas da China e outra nas Pirâmides do Egito, quero esquiar com você na neve dos países nórdicos e curtir as praias do Havaí, quero visitar todas as bibliotecas do mundo e os museus, quero tudo, mas quero tudo com você.
A vida nunca mais foi a mesma desde o dia em que você chegou e de repente tudo que veio antes pareceu sem importância, nenhum colo era mais aconchegante que o seu, e nenhum carinho era mais gostoso, nenhum beijo e nenhum abraço foi tão esperado como o seu. E aquela paranoia que tentam enfiar na nossa cabeça de que não se pode confiar em ninguém, com você virou Conto da Carochinha, ao seu lado eu fecho os olhos e salto de qualquer altura porque sei que você vai estar lá embaixo pra me segurar se eu não conseguir voar.
Depois que você chegou a vida tem gosto de pizza, jujuba e chocolate, de pastel de feira de domingo, de doce de leite, de lasanha de mãe, é aconchegante como lareira no inverno e faz o coração da gente bater rápido como festa de aniversário surpresa, é bom como feriado na quinta e na terça-feira, ronronar de gatinho no pé da gente, e ás vezes é tranquila como barulho de chuva no telhado a noite.
Realmente, a gente nunca esquece o dia que o cupido acerta uma flechada de primeira na gente, porque a partir daquele momento a nossa vida jamais será a mesma.
E mesmo que ás vezes eu canse do seu jeito metódico, da sua maneira de planejar tudo com cinquenta anos de antecedência e do seu jeito de arrumar demais as coisas enquanto eu sou uma grande bagunceira que adoro fazer as coisas de última hora, mesmo com todo esse antagonismo, eu ainda prefiro mil vezes ter você ao meu lado, o cara metódico que traz sempre chocolate quando eu tô de TPM, o cara fanático por arrumação que me ajuda colocar todos os meus trabalhos em dia e me ajuda arrumar a minha parte do guarda-roupa, o cara que planeja todas as nossas viagens nos maiores detalhes e sem o qual eu sempre ficaria perdida, eu prefiro tudo isso assim, porque mesmo que eu considere isso tudo um grande defeito, é bom ter alguém imperfeito do meu lado, é quase uma sorte imensa, porque perfeição causa tédio e com tédio a gente não consegue ser feliz de verdade.
Eu sei que a distância ainda insiste em continuar (agora em menor escala, ainda bem) entre a gente, mas eu posso dizer que ela acaba sendo uma coisa boa, porque ela “potencializa” as coisas, tá, potencializa a dor da saudade, os gastos, a carência, e não dá pra você simplesmente sair no meio da noite quando a gente briga e bater na porta da minha casa...aliás, não, pera, você já fez isso duas vezes né? Então nisso distância, você perdeu feio. Mas ela aumenta também os momentos únicos, os olhares, os abraços, e cada segundo que a gente passa junto é muito especial. E a gente frequenta tanto as rodoviárias que acaba fazendo amizade com os motoristas, o pessoal que vende as passagens, e eles até reservam as melhores poltronas pra gente, e no fim o amargo fica bem mais fraquinho que o doce, vale o dinheiro gasto em passagens, as contas de telefone, as lágrimas de saudade, vale tudo pra ganhar o abraço forte, o beijo bom pra caramba, o carinho, a massagem, o colinho, o pezinho com pezinho, vale a pena pra ganhar você pertinho.
Então, bigada por esses Dois anos e três meses de Bo, bigada por ser o meu ogrodoce, bigada por todos esses dias juntos e que venham muitos e muitos e muitos mais.

Te amo muito

Rawwwwwwwwwwwwwwrrr ♥


"Eu quero poder viver mais umas 5 vezes .
Então eu renasceria em 5 cidades diferentes ,
Eu me encheria com coisas diferentes e deliciosas 5 vezes cada,
Eu teria 5 empregos diferentes,
E então nessas 5 vezes,
Eu me apaixonaria pela mesma pessoa ."
(Orihime Inoue)

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Setembro *-*


“...Quero um pedaço do rosa do céu ao entardecer,
Sem tempo, sem espaço, sem pressa...”

19


“Acredito que aos 19 a pessoa tem o direito de ser arrogante; geralmente o tempo ainda não começou suas furtivas e infames subtrações. Ele nos leva os cabelos e o poder de explosão, mas no fundo leva muito mais.
Quando você tem 19, pode-se imaginar vagamente tendo 40 anos, mas 50? Não. 60? Nunca! Sessenta estava fora de cogitação. E aos 19 é assim que deve ser. Dezenove é a idade em que você diz: Cuidado mundo, estou fumando TNT e bebendo dinamite, por isso, se você sabe o que é bom pra você, saia do meu caminho...
Os 19 são uma idade egoísta, que restringe severamente as preocupações da pessoa. Eu tinha muita coisa na minha frente e era o que me importava. Tinha muita ambição e era o que me importava. Tinha uma maquina de escrever que carregava de uma porra de apartamento pra outra, sempre com alguma coisa pra fumar no bolso e um sorriso na cara. Os compromissos da meia-idade estavam longe, os ultrajes da idade avançada, além do horizonte, meu bolso estava vazio, mas a cabeça estava cheia de coisas que eu queria dizer e o coração cheio de histórias que queria contar. Porém, o mundo acaba sempre lhe enviando a bosta de um Patrulheiro para retardar o seu avanço e mostrar quem está no comando. Você que está lendo isso sem a menor dúvida já encontrou (ou vai encontrar o seu); eu encontrei o meu e tenho certeza que ele voltará. Ele tem o meu endereço. É um cara mesquinho, um Mau elemento, o inimigo jurado da piração, da putaria, do orgulho, da ambição, da música alta e de todas as coisas dos 19 anos.
Mas ainda acho que essa é uma idade boa, talvez a melhor idade. Você pode rolar no rock a noite toda, mas quando a música cessa e a cerveja chega ao fim, você consegue pensar. E sonhar sonhos grandes. O Patrulheiro mesquinho acaba mais cedo ou mais tarde podando você e, se você já começou pequeno, pois é, quando ele acaba, não sobra nada além da bainha do seu corpo. Arranje outro!, ele grita e sai marchando com o bloquinho de multa na mão. Por isso um pouco de arrogância (ou mesmo um monte) não é tão ruim, mesmo que sua mãe é claro, tenha dito outra coisa. A minha disse: O orgulho vai embora depois da queda Stephen, disse ela... e eu constatei que você acaba mesmo caindo. Ou é empurrado pra vala. Aos 19, podem mandar você parar no acostamento, sair da porra do carro, levar sua dolorida queixa (e sua bunda ainda mais dolorida) para o meio da estrada, mas não podem apreendê-lo quando você senta para pintar um quadro, escrever um poema ou contar uma história, pelo amor de Deus, e se por acaso você, que está lendo isto, e é ainda muito novo, não deixe os mais velhos e supostamente mais vividos lhe dizerem nada diferente. Certo, você nunca esteve em Paris. Não, você nunca correu com os touros em Pamplona. Claro, você é um moleque que três anos atrás ainda não tinha cabelo debaixo do braço... mas e daí? Se você não começa grande demais para sua calça, como vai caber dentro dela quando crescer? Deixe que ela rasgue, não importa o que os outros digam, esse é o meu ponto de vista.”

O Pistoleiro – A Torre Negra
Stephen King


Pr’aquela que incentivou as minhas aventuras na Terra Média, e com quem eu posso sempre conversar sobre a poesia do mundo.
Desejo que seu patrulheiro se perca no caminho, que seu coração tenha sempre histórias pra contar e que você seja sempre do tamanho dos seus maiores sonhos.
Congratulações Niënor Níniel 
Pode soprar a velinha agora *-*