quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mas quem vai entender toda essa merda que estou escrevendo? Só eu mesma...


Estou aqui sentada ouvindo Time do PinkFloyd.
Confesso que queria agora um cigarro e uma garrafa de Jack Daniels.
Todas aquelas porcarias que falam na nossa cabeça o tempo todo pra não se chegar perto, todas aquelas merdas que nos convencem que faz mal pro nosso organismo. Mas quer saber, o que realmente faz mal pra cada tripa e coração? É a convivência com os seres humanos.
Cada dia que passo nesse lugar chamado planeta terra é como se me afundasse em sentimentos repletos de solidão e frieza. Fazemos parte de um jogo promiscuo e egoísta de uma sociedade doentia, que quer que vivamos até os oitenta anos ostentando um sorriso de dever cumprido. Vivemos amores, fazemos sexo, temos filhos, netos, bens materiais e nossa alma vai se encardindo cada vez mais. Cada segundo vivido aqui é como entrar em uma sala de fumantes, mesmo que você não fume, o cheiro fica na sua roupa, no seu cabelo e se você fechar os olhos a noite vai poder sentir o mesmo cheiro em sua pele, entrando pelos seus sonhos.
Há quanto tempo não sonho...
Aqueles que me olham devem pensar: “Menina feliz. É bonita, tem um emprego legal, quer ser delegada, tem um namorado que a ama, pais bacanas, família que a proteje...o que mais uma pessoa poderia querer...como ela é sortuda!” Cara, vem viver dentro de mim, se afoga nesse precipício negro que tem aqui dentro, cai de cabeça no vazio escuro da minha mente, nos meus momentos de solidão e na minha louca insensatez de estar vagando sozinha um pântano inundado de lama e fracasso....
Se joga no buraco rosa dessa Alice aqui pra sentir como é. E quer saber? Quanto mais você for afundando mais vai vendo que aquilo é negro, é podre, é morto... As vezes é assim que me sinto, morta por dentro, apenas sinto a dor invadir e corroer cada espaço de sentimento e pensamento que estão dentro de mim. Maldita dor que me faz ter certeza que ainda estou viva...
Saio por aí olhando as calçadas e as pessoas, aqui hoje o dia é cinza, e são dias assim que eu enxergo as coisas de maneira mais nítida, vejo tudo que estou fazendo de errado, saio um pouco daquele mundo rosa que me coloco nos dias claros. Sinto minhas emoções mais afloradas. Sinto o que é realmente importante nessa merda toda em que me enfiaram há 23 anos, enterro aqueles sentimentos inúteis, e escuto musicas que parecem conter alma.
São dias assim que eu queria fugir dessa rotina detestável que a vida me coloca e andar sem objetivo, colocar uma mochila nas costas e sair pelo mundo, caminhando no meio das arvores, sentir o cheiro do mato molhado, cheiro da natureza, sem humanos por perto.
Minha cabeça pesa quilos demais pro meu pescoço, tem alguém aí no escuro pra segurar ela um pouco pra mim??? É baby, como eu sempre digo: estranhos têm os melhores doces. Sem expectativas, sem desapontamentos vamos vivendo e comemorando como idiotas a cada sexta feira e feriado, beber, conhecer gente, e fingir que nada mais existe. O frio é psicológico, a dor é psicológica... Tem um comprimidinho da felicidade te esperando na primeira esquina colega.
E o amor, como já dizia aquela Fernanda: “Vá para a puta que o pariu o amor. Todo esse imperativo de amar é puro masoquismo. De ser amado, mero sadismo”

Sofrer é de uma arrogância egocêntrica sem limites!

Um comentário:

  1. uau!
    Queria ter escrito isso. Bem a minha cara. Raiva.
    haha

    "There's more than what you see.." Bem isso né.
    Há os que sofrem por que realmente já nasceram num buraco. Mas há também outros, os dos berços de ouro, que choram pela podridão da humanidade...

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