quinta-feira, 13 de outubro de 2011


Nesse dia das crianças resolvemos fazer algo diferente, juntamos amigos, movimentamos pessoas e bora fazer uma ação social pra criançada. Entregamos 300 sacolinhas surpresas em um bairro carente aqui da cidade.

Carente??? Olhando aquelas crianças observei que carência é uma palavra que descreve perfeitamente muitas delas, mas não é carência de dinheiro não, é carência de amor, de cuidado, carência de ser criança.

Com roupas maiores do que elas, narizinhos sujos, pés descalços num chão imundo e parecendo não se importar mais com o cheiro de esgoto que reinava no ar, elas vinham correndo em volta de nós pra receber aquele presentinho de Dia das Crianças, o único que ganhariam, abriam com os rostinhos iluminados e iam direto nos brinquedos, ou alguns mais afobados enfiava dois chocolate de uma vez na boca.

O que me chamou mais atenção, foi uma família que morava numa casa velha, rua sem asfalto, seis crianças, inclusive um bebezinho, mas o brilho no olhar daquela família era diferente, percebi que eles podiam ser carentes de dinheiro, mas não eram carentes de amor. Ali sobrava amor pra todas aquelas seis crianças. Uma delas falando comigo perguntou onde eu trabalhava e se eu ganhava muito, eu ri dizendo que dava pra sobreviver, e ela sorriu dizendo: Tia, minha mãe fala que todos os trabalhos são honrados e por menos que se ganhe, temos sempre que agradecer porque tem muita gente passando fome por aí. Perguntei no que a mãe dela trabalhava e ela me disse: Minha mãe cata papelão na rua. Meus olhos encheram de lagrimas, eu dei um abraço forte nela, desejei feliz dia das crianças e ela saiu pra brincar com os brinquedos que acabou de ganhar. Fiquei pensando. Agente sempre quer ter mais e mais, carro do ano na garagem, a casa dos sonhos, viagens pra todos os lugares, e essa família com seis crianças, levanta as mãos pro céu e agradece por não passar fome.

Percebi que aquela família, podia sim, como eu disse ser carente de dinheiro, mas eles eram tudo que qualquer pessoa gostaria de ser, eles eram nobres de coração, eles se cuidavam, se respeitavam e eu tenho certeza que se qualquer mendigo de rua pedisse abrigo na casa deles jamais seria negado.

Eu cheguei achando que daria presentes pra todas aquelas crianças, mas no fim, quem acabou recebendo os presentes fui eu, me ensinaram a sorrir mais e a ser feliz com o que eu tenho, ganhei um monte de abraço gostoso e agora convenhamos, tem coisa mais gostosa do que trabalhar pra criança?


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