quinta-feira, 9 de junho de 2011

Quão louca eu tenho que ser pra encontrar minha sanidade?


(...)_ Se tivesse crescido_disse ela para si mesma _ teria sido uma criança horrorosa; mas como porco é bem jeitosinho, eu acho.
E começou a pensar sobre outras crianças que conhecia que ficariam muito bem como porcos, e bem na hora em que estava pensando "Se ao menos alguém soubesse a maneira correta de transforma-las" teve um ligeiro sobressalto ao ver o Gato de Cheshire sentado no galho de uma árvore a alguns metros de distância.
Ao ver Alice, o gato só sorriu. Parecia amigável, ela pensou; ainda assim, tinha garras muito longas e um número enorme de dentes, de modo que achou que devia trata-lo com respeito
.
_Bichano de Cheshire _ começou, muito tímida, pois não estava nada certa de que este nome iria agrada-lo; mas ele só abriu um pouco mais o sorriso. "Bom, até agora ele está satisfeito", pensou e continuou _ Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?
_Depende bastante de para onde quer ir _ respondeu o Gato.
_Não me importa muito para onde _ disse Alice.
_ Então não importa que caminho tome _ disse o Gato.
_ Contanto que eu chegue a algum lugar _ Alice acrescentou à guisa de explicação.
_ Oh, isso você certamente vai conseguir _ afirmou o Gato_ desde que ande o bastante.
Como isso lhe pareceu irrefutável, Alice tentou uma outra pergunta.
_ Que espécie de gente vive por aqui?
_ Naquela direção_explicou o Gato, acenando com a pata direita _ Vive um Chapeleiro; e naquela direção_ acenando com a outra pata_ Vive uma Lebre de Março. Visite qual deles quiser: os dois são loucos.
_ Mas não quero me meter com gente louca_ Alice observou.
_ Oh! É inevitável_disse o Gato_ Somos todos loucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.
_ Como sabe que sou louca? _ perguntou Alice.
_ Só pode ser _ respondeu o Gato _ Ou não teria vindo parar aqui (...)

Trecho retirado do Livro de Alice

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