quinta-feira, 31 de maio de 2012

O outono da alma e o dente-de-leão no jardim abandonado


Hoje saí andando sem rumo pro trabalho, troquei os caminhos e me enveredei por uma rua deserta...estava nervosa demais pra andar no meio da multidão.
No outono são poucas pessoas que caminham por aquela rua, é uma rua de ipês amarelos e nessa época do ano o chão fica semelhante a um carpete de ouro com as folhas caídas das arvores, a maioria das pessoas prefere ignorar a beleza da morte contida em cada folha caída com medo de sujar as solas dos sapatos e procuram caminhos mais “limpos”.
De repente parei em frente a uma casa abandonada e me deparo com ele no jardim, um dente-de-leão sobrevivia em meio às ervas daninhas do um jardim mal cuidado e assombrado.
Lembrei que na infância eu adorava pegar dentes de leão e soprar suas pétalas fazendo um pedido, o vento levava embora meu pedido e parte daquela flor tão delicada.
Olhei-o com nostalgia e num impulso enfiei meus braços por entre as grades do jardim para alcança-lo, quem me visse naquela cena acharia que sou louca, porém estava mais interessada em alcançar o objeto do meu desejo do que imaginar o que as pessoas pensariam de mim.
Por mais esforço que fizesse a flor estava longe demais do meu alcance e eu não consegui pegá-la...olhei com desapontamento pra ela e pensei que talvez meu pedido fosse difícil demais pra uma florzinha tão delicada realizar, ou quem sabe o que seria pedido não deveria acontecer mesmo.
Suspirei e pensei, não custa nada pedir né, vai que o Universo conspira.
Fechei os olhos e pensei em você...pensei em nós...pensei nos nossos sonhos e nos nossos planos futuros...pensei em tudo que estávamos passando atualmente e que gostaria que ficássemos bem de novo, porque eu acredito em nós dois, eu acredito em nosso amor maior.
Abri os olhos e segui meu caminho, quando virei de costas para o dente-de-leão o vento de outono soprou mais forte e eu virei correndo para olhá-lo...com a força do vento suas pétalas voaram pelo jardim abandonado e só sobrou o seu caule preso na terra.
Eu sorri.
Acho que os anjinhos disseram amém!

Serendipity...


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