quarta-feira, 20 de abril de 2011


Em menos de dez minutos você se lembra o motivo ou os motivos que fizeram tudo se perder.
E você se lembra que não é culpado e que, talvez, os outros também não sejam.
Assim é a vida!
Você se lembra que o grande amor da sua vida..
o maior...
aquele que você nunca superou,
é o tipo da pessoa que faz questão de ficar a noite inteira longe de você só porque acha charmoso ficar longe de você e não porque queira ficar longe de você.
Ele prefere ser descolado do que humano.
E você lembra daquela sensação que sentia ao lado dele, de solidão profunda..
E você descobre que ele acha que saudade ou vontade de fazer carinho se resume a coisas tão mais insignificantes do que a beleza de você ficar deitada no colo dele vendo estrelas.
E você percebe que a vida dele, que você tanto colocou no pedestal, pode ser um pouco boba ou até mesmo triste.
Em minutos, você entende como ninguém o que te trouxe até aqui, tão longe dele.
Me senti visitando meu próprio cemitério.
Com amigos e amores mortos e enterrados.
Pessoas que a gente desenterra de vez em quando pra ter certeza que fizemos a melhor escolha enterrando elas, pessoas que a gente lamenta a distância, afinal, já foram tão importantes, e será que não dá para começar tudo de novo e tentar acertar dessa vez?
Pessoas que a gente tenta se agarrar para não sentir que a vida caminha para frente e isso significa, ainda que muito filosoficamente, que um dia vamos morrer. Nossos amigos vão ficando para trás, nossos amores, nossos empregos, casas...
Um dia seremos nós a desaparecer. Mas a lição que eu aprendi é que não vale a pena consertar um carro pela décima vez. É mais fácil comprar um novo e fim de papo. Afinal, eu bem que tentei consertar meu relacionamento com algumas pessoas e só ganhei mais e mais poses e menos e menos verdades,
mais e mais sofrimento, menos e menos amor.
Ainda que doa deixar pessoas morrerem, se agarrar a elas é viver mal assombrado...

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