sábado, 8 de junho de 2013

O que você vai fazer para sair deste labirinto de sofrimento? *


Depois de tudo ainda me pergunto se “rápido e diretamente” é a maneira mais eficiente de se deixar o labirinto, depois de tudo eu ainda me pergunto se eu quero sair do labirinto, se o fim dele não significa a minha morte, e se significa a minha morte, o sofrimento acaba apenas quando ela chega?
Será que o labirinto significa deixar pra trás as coisas já feitas e tentar achar a saída mais próxima, da maneira mais eficiente, mas novamente, se o fim significa a morte, a saída diz que o jogo acabou?
Temos que conviver com cada caminho traçado, com cada tentativa frustrada, com cada curva sem saída que passamos, recomeçar quantas vezes for preciso com um único objetivo: a liberdade do sofrimento, mas que liberdade?
Durante muito tempo fingi que o labirinto não existia. Você procura construir algo aconchegante em alguma parte do caminho, fica por lá, chamando aquele lugar de lar, é o seu aconchego, seu porto seguro, mas um dia tudo aquilo que a gente constrói pelo caminho desmorona, lento e demoradamente, mas desmorona, uma hora ou outra não haverá mais lar para voltar, as pessoas que você ama um dia vão achar a saída, e sobrará apenas você ali perdido, você pode acreditar que elas estão em um lugar melhor olhando pra você e te guiando, “às vezes, ainda acho que a outra vida é algo que inventamos para apaziguar a dor da perda, para tornar nosso tempo no labirinto suportável”, mas a realidade é que no fim só sobra você.
Ao mesmo tempo em que procuramos a saída nos machucamos. Inúmeras vezes caímos, erramos, mas jamais seremos irremediavelmente feridos, pois no fim de tudo a matéria se recicla, no fim tudo recomeça e recomeça e recomeça, não nascemos, não morremos, apenas mudamos.
Quando François Rabelais saiu do labirinto, ele apenas disse: Saio em busca de um Grande Talvez. Se assim for, todos nós procuramos o nosso Grande Talvez, a nossa saída do labirinto de sofrimento, a nossa tão sonhada liberdade.

“Nasci no labirinto de Bolívar, então devo acreditar na esperança de Rabelais por um Grande Talvez.”


*O general no seu labirinto - Gabriel Garcia Márquez – É um romance histórico então não sei se é verdade, mas no livro, na hora de sua morte Simón Bolívar estremeceu diante da revelação de que a corrida arrojada entre seus males e seus sonhos estava chegando ao fim. O resto eram trevas. 'Droga', ele suspirou. 'Como sairei deste labirinto?'
P.S – Esse texto foi escrito depois deu ter terminado o livro “Quem é você Alasca?” do John Green, então, não sei se vocês entenderão sem lê-lo.

5 comentários:

  1. Ai, que reviravolta na cabeça...
    Texto bem forte...

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  2. Vc esta de parabens. Acho q conseguiu nos apresentar um ponto ee vista bem cara de Gordo kkkk amei

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  3. Nossa texto emocionante,eu me sinto assim mais não revelo a ninguém. Para mim o labirinto é o seu maior medo. Mas o labirinto varia de cada pessoa... A única forma de cada um sair dele seria a morte ? Ou encontrar uma saida mais proxima ? Mais uma pergunta em questão

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  4. Más afinal só sairemos do labirinto após a morte? Já não aguento mais :(

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  5. A "saída mais próximo" seria no caso algo que nos fizesse feliz. A forma de sair do labirinto é encontrar a felicidade, e segurar ela com força.

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