segunda-feira, 26 de março de 2012

Nessas tardes de outono...

São em tardes assim que a nostalgia encontra abrigo no meu coração.
São nessas tardes de outono, ouvindo aquelas velhas músicas que meu coração se deixa embalar.
Da janela esculpida pelo tempo, vejo as folhas caírem das arvores e serem carregadas pelo vento...queria eu também ser uma folha amarela e com o sopro do vento ser carregada!
Penso que gostaria que o vento me carregasse diretamente pros braços de quem amo, pra sentir suas mãos unidas com as minhas e descansar a noite em seu colo. Só assim poderia dormir tranquila...porém o vento não me leva, e eu continuo aqui. Só!
O outono vai esculpindo um quadro em minha mente, um quadro que poderia descrever como utopia, um quadro de uma menina meio amarelada pelos anos que corre atrás dos sonhos que se perderam, um quadro surrealista em minha mente. O quadro se transforma, como um convite a loucura, as imagens paradas se tornam reais dando inicio as minhas lembranças.
Lembranças dos véus do outono encobrindo a minha face branca.
Fecho os olhos e consigo sentir você, o vento me traz o cheiro dos seus cabelos, esqueço o medo do escuro da noite e deixo o sol da tarde de outono invadir meus pesadelos clareando tudo. Esqueço a dor, esqueço a raiva...só sinto o calor me invadir. A chama do nosso amor que insiste em nos manter de pé.
Abro os olhos com a certeza de que o quadro em minha mente foi real, as composições de amor nascem com as palavras dedilhadas.
Não preciso dizer que te espero.
Pois nas tardes de outono não existe escuridão, apenas luz e borboletas.

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