quarta-feira, 2 de maio de 2012

** Samhain **


31 de outubro no hemisfério Norte
&
1º de maio no hemisfério Sul

Samhain significa "sem luz" ou "fim do verão", à noite em que o mundo mergulha na total escuridão da alma, preparando-nos para a chegada das noites frias.
Essa é à noite em que o véu que separa o mundo material do mundo espiritual encontra-se mais fino e os espíritos daqueles que já partiram para o outro plano ficam mais acessíveis.
O poder de magia pode ser sentido no ar. O Outro Mundo se coaduna com o nosso conforme a luz do Sol baixa e o crepúsculo chega. Esse ritual é dedicado aos ancestrais, à Morrighan, Dagda e Manannán Mac Lir.
Ocorre no pico do Outono e é o tempo do ano em que o frio cresce e a morte vaga pela Terra. O Sol está enfraquecendo cada vez mais rapidamente, a sombra cresce e as folhas das árvores estão caindo, numa preparação ao Inverno que chegará. Essa é a última colheita, o tempo em que os antigos povos da Europa sacrificavam seus gados e preservavam sua carne para o Inverno.
É também escolhido para a comemoração do ano novo Celta, a colheita terminou, as plantas morrem e suas sementes ficam dentro do solo gelado esperando pela oportunidade de crescer; a Deusa reina como Anciã e o Deus está do outro lado do véu, no mundo dos mortos (Summerland), de onde vê o nascimento de sua semente, o jovem Deus renascido. Um momento misterioso que não pertence nem ao passado, nem ao presente, nem a este mundo e nem ao outro. É o momento onde os portões entre os mundos se abrem e o véu que os oculta, se torna mais tênue.
Os celtas praticavam rituais de purificação, queimando simbolicamente, nas fogueiras ou no caldeirão, todas as suas frustrações e as ansiedades do ano anterior. Este festival é sinônimo de quietude, introspecção e renovação - representada pela união sagrada de Morrighan e Dagda.
A versão cristã do Samhain é o Dia de Todos os Santos, que foi introduzido pelo Papa Bonifácio IV, no século VII, para substituir o festival pagão. O Dia dos Mortos (que cai dia 2 de novembro) é outra adaptação cristã ao antigo Festival dos Mortos. É observado pela Igreja Católica Romana como um dia sagrado de preces pelas almas do purgatório.
Em várias regiões da Inglaterra acredita-se que os fantasmas de todas as pessoas mortas naquele ano podem ser vistos andando entre as sepulturas à meia-noite de Samhain. Pensava-se que alguns fantasmas tinham natureza má e, para proteção, faziam-se lanternas de abóboras com faces horrendas e iluminadas, que eram carregadas para afastar os maus espíritos. Máscaras de abóboras também eram colocadas nos batentes das janelas e em frente à porta de entrada para proteger toda a casa.
Na Irlanda antiga, todos os anos um novo fogo sagrado era aceso, com o qual se acendiam todos os demais fogos do vilarejo para queimar durante todo o inverno, com o objetivo de levar luz através do tempo escuro do ano.
Um antigo costume de Samhain na Bélgica era o preparo de "Bolos para os Mortos" especiais (bolos ou bolinhos brancos e pequenos). Comia-se um bolo para cada espírito de acordo com a crença de que quanto mais bolos alguém comesse, mais os mortos o abençoariam.
Outro antigo costume de Samhain, considerado um festival do fogo, era acender um fogo no forno de casa, que deveria queimar continuamente até o primeiro dia da Primavera seguinte. Eram também acesas, ao pôr-do-sol, grandes fogueiras no cume dos morros em honra aos antigos deuses e deusas, e para guiar as almas dos mortos aos seus parentes.
Em Samhain, o Deus finalmente morre, mas sua alma vive, a centelha de vida no ventre da Deusa. Isto simboliza a morte das plantas e a hibernação dos animais, o Deus torna-se então o Senhor da Morte e das Sombras.
Samhain encerra o ciclo do ano, e no hemisfério Sul este período é marcado pela passagem mágica das borboletas, símbolo máximo da morte e renascimento, da impermanência e da liberdade.
" Tudo que foi perdido se encontra novamente,
sob uma nova forma, de um jeito novo".


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