quinta-feira, 31 de maio de 2012

O outono da alma e o dente-de-leão no jardim abandonado


Hoje saí andando sem rumo pro trabalho, troquei os caminhos e me enveredei por uma rua deserta...estava nervosa demais pra andar no meio da multidão.
No outono são poucas pessoas que caminham por aquela rua, é uma rua de ipês amarelos e nessa época do ano o chão fica semelhante a um carpete de ouro com as folhas caídas das arvores, a maioria das pessoas prefere ignorar a beleza da morte contida em cada folha caída com medo de sujar as solas dos sapatos e procuram caminhos mais “limpos”.
De repente parei em frente a uma casa abandonada e me deparo com ele no jardim, um dente-de-leão sobrevivia em meio às ervas daninhas do um jardim mal cuidado e assombrado.
Lembrei que na infância eu adorava pegar dentes de leão e soprar suas pétalas fazendo um pedido, o vento levava embora meu pedido e parte daquela flor tão delicada.
Olhei-o com nostalgia e num impulso enfiei meus braços por entre as grades do jardim para alcança-lo, quem me visse naquela cena acharia que sou louca, porém estava mais interessada em alcançar o objeto do meu desejo do que imaginar o que as pessoas pensariam de mim.
Por mais esforço que fizesse a flor estava longe demais do meu alcance e eu não consegui pegá-la...olhei com desapontamento pra ela e pensei que talvez meu pedido fosse difícil demais pra uma florzinha tão delicada realizar, ou quem sabe o que seria pedido não deveria acontecer mesmo.
Suspirei e pensei, não custa nada pedir né, vai que o Universo conspira.
Fechei os olhos e pensei em você...pensei em nós...pensei nos nossos sonhos e nos nossos planos futuros...pensei em tudo que estávamos passando atualmente e que gostaria que ficássemos bem de novo, porque eu acredito em nós dois, eu acredito em nosso amor maior.
Abri os olhos e segui meu caminho, quando virei de costas para o dente-de-leão o vento de outono soprou mais forte e eu virei correndo para olhá-lo...com a força do vento suas pétalas voaram pelo jardim abandonado e só sobrou o seu caule preso na terra.
Eu sorri.
Acho que os anjinhos disseram amém!

Serendipity...





Crescer, ser forte, definitivamente é coisa pra gente grande...
Eu ainda sou pequenininha, ainda não sei lidar com essas coisas..."

sábado, 26 de maio de 2012

Velha Infância


E quando você abre os olhos...puff...aconteceu!
Como num passe de mágica seus pés ficaram mais distantes e o colo da mãe já não te cabe tão bem...
Já não é mais tão normal dormir agarrada com o bichinho de pelúcia favorito e assistir desenhos nos domingos de manhã...
Você dorme pensando nas responsabilidades do novo dia que começa,
E assiste no jornal matinal noticias repletas de violência e caos...
Aquele café da manhã gostoso com suco de laranja e bolo de chocolate, acaba sendo suprimido pela xícara de café forte de quem precisa sair correndo pro trabalho.
Os cafés da tarde tão caprichados da casa da vovó acabaram. A vovó se foi...
E você substitui aquele manjar dos deuses por um pit stop corrido entre uma sala do seu trabalho e a outra do seu chefe...
O cheiro gostoso de giz de cera e papel de carta vai aos poucos sumindo da sua lembrança e você não tem tempo mais pra colorir aqueles cadernos de pintura com imagens doces e felizes.
Inclusive os “sempre felizes” da Disney começam a não fazer sentido nenhum pra você e você os troca facilmente por um seriado policial que passa na TV a cabo.
Você não brinca mais de casinha...hoje você tem uma de verdade pra cuidar.
Seu futuro chegou...aquele dia tão esperado e que dá tanto medo...
Você acorda preocupada com as provas, com as contas, com as compras que devem ser feitas e que hoje é dia de rodízio de placas na sua cidade e seu carro não pode sair às ruas.
Droga...justo hoje, você pensa, e troca aquele seu par de sapatos de salto alto da Prada pelo velho All Star surrado, que por algum motivo escondido no seu subconsciente você insiste em guardar, e saí caminhando...
Você vê então crianças pequenas na rua com a mochilinha nas costas indo pra escola, e quando passa por elas se lembra daquele cheirinho gostoso do jardim da infância, as mais novinhas estão com os pais brincando despreocupadas nos balanços da praça e as maiores que têm aula à tarde com certeza estão em casa assistindo desenho, e por alguns minutos você pensa na sua infância, nos cafés da manhã com bolo de chocolate, no giz de cera, na vovó, no pega pega na rua depois da aula, e como seu joelho é cheio de cicatrizes de tanto cair de patins...você se lembra de como era bom ser criança e ter como preocupação não perder a hora do desenho da Sailor Moon na Manchete, e entende porque seu inconsciente pediu que guardasse o velho All Star, porque de alguma maneira, aquela menina de trancinhas ainda está aqui dentro e de vez em quando seria interessante a deixar sair um pouco pra respirar, sair dessa brincadeira de ser adulto e voltar pra vida séria de ser criança...
Hoje, depois do trabalho, você chega em casa, liga a TV, tira o tênis e passa a noite assistindo as aventuras de Mickey e Donald...porque afinal de contas amanha é sábado e você vai roubar um pouquinho daquele colo de mãe pra passar a tarde com direito a macarrão com queijo no almoço!

“Se no final do dia seus joelhos não estão ralados de tanto brincar, você tem que rever os conceitos de sua vida."

Calvin e Haroldo





quinta-feira, 24 de maio de 2012


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Lágrimas de Outono


A estação da nostalgia volta a fazer morada em meu coração. E como as folhas caem das arvores amareladas pelo tempo, lágrimas amareladas de saudade rolam pela minha face todas as noites. O vento forte se aproxima...poderia dizer que o vento do norte vem para gelar meu coração e ou para levar pra longe toda essa angústia que está aqui dentro.
Sinto-me fraca e só...
Os dias vão passando pesados e o tempo insiste em ir devagar...o espinho no meu coração ainda sangra. Esse é um preço alto que pagamos por querer brincar tão perto das rosas.
Misturo meus sentimentos à estação do ano e vou me deixando murchar para quem sabe retornar em uma próxima primavera.
Sinto você ao longe, por entre todos esses quilômetros que nos separam, por entre dias e noites que me trazem seu olhar e seu sorriso. Queria eu tirar as mágoas do meu peito e libertar-me de tudo que me faz desistir, desse fardo talvez pesado demais pro meu corpo carregar.
Todas as noites choro. Choro pensando em nós dois.
Posso ser boba ou estar ficando sentimental demais...como eu disse, talvez seja reflexo dessa estação, o caso é que choro todas as noites para que as lágrimas purifiquem meu coração e levem embora toda essa dor. Logo logo um novo dia frio e nublado começa novamente, é preciso ter forças para suportar.
Digo que as coisas estão virando cinzas, e o que não é cinza acaba se tornando uma poça de óleo amarela sobre as árvores onde caminho...um cenário perfeito pra um dragão sobreviver...e você meu amor, como já disse, é um dragão, como já dizia o poeta “só quem já teve um dragão em casa sabe como é difícil vê-lo partir”, e eu te vejo ir embora nesse cenário cinza e dourado da minha mente, carregando com você toda esperança de dias mais quentes e coloridos. E eu, bem, você sabe que nunca fui dragão, nem dinossauro, eu só queria ser uma borboleta...dessas com asas grandes que a gente vê pousar em cima de uma flor nos dias calmos de primavera...dessas que vivem pouco e são muito frágeis, sendo que qualquer vento mais forte pode danificar suas frágeis asas...mesmo com tudo isso, eu sempre quis ser borboleta, mas me diz agora meu dragão, como eu, borboleta, posso sobreviver em meio a tanto caos, tanta destruição...talvez seja hora de recomeçar quem sabe, virar larva e me metamorfosear esperando tempos melhores para ressurgir. Esses, meu querido, são tempos difíceis para sonhadores e borboletas.
Talvez se você cultivasse um jardim em casa, e uma roseira embaixo da sua janela eu poderia viver aí. Quem sabe poderia passear em seu ombro em meio ao caos do mundo, ali protegida dos ventos do norte e das cinzas minhas asas sobrevivessem a estação e eu ficaria forte novamente. Com o alimento do seu jardim eu poderia me tornar eu mesma de novo.
Mas, dragões e borboletas podem conviver juntos querido?
Num lugar seguro em meu coração deixei sua imagem guardada, deixei tudo de bom que vivemos, deixei tudo em uma caixinha e estou esperando novos tempos. Eu ainda tenho esperanças de nós dois, ainda tenho fé, e caso a primavera não retorne e lá que você ficará guardado para sempre, como um consolo e como motivo de esperança pra eu continuar a lutar até quando a força das minhas permitir...

Te amo.


“But love will bloom even in gloom

Serendipity...




terça-feira, 22 de maio de 2012

Para meu Príncipe (des)Encantado



“Esta noite sonhei novamente com você. Seus brilhantes olhos me pediam caridosamente para colocar meus pés entre suas pernas pra você esquentá-los, enquanto virava para o outro lado da cama embolado nas cobertas. Era engraçado ver sua carinha de resmungão enquanto me puxava com sua “delicadeza peculiar” para o aconchego dos seus braços.
A cada novo sonho você parece diferente e cada vez sinto você mais perto de mim. Como se seu coração tivesse adquirido um GPS de última geração e agora ao invés de placas você se guiasse por um satélite que por vezes fora desprezado: seu coração. É como naquela série de TV em que o príncipe não se lembra da sua identidade, mas de alguma forma sabe onde está o amor da sua vida. Você sabe onde me encontrar, mas se perde demais pelo caminho.
Sinto sua falta encantado. Cada dia mais. E fico me perguntando se a gente precisa mesmo perder alguma coisa pra ganhar algo melhor em troca. Cinderela perdeu um sapatinho, eu já perdi vários pedaços desse meu coração pelo caminho, mas tenho certeza que você vai encontrar todos eles e montar peça por peça como se fosse um quebra cabeça desordenado que precisa apenas de um bom jogador para encarar o desafio.
A noite é curta para um querer tão intenso e no sonho você me desperta com um desses sorrisos lindos e cativantes que a gente só vê em propaganda de pasta de dentes. Você me convenceu: eu compro o produto. Eu levo as coisas boas e as ruins também, porque de uma forma ou de outra eu sinto que esse foi o pacote que eu esperei por toda minha vida. Um olhar, esse era o sinal. Eu podia me aproximar, me enroscar, me aninhar até que o dia se fizesse presente e nos obrigasse a levantar. Porque tempo hoje é algo quase tão precioso quanto comer, quando não se tem parece que o vazio dentro da gente fica cada vez maior. Consigo ouvir minha respiração e o ruído da saudade.
Estou pensativa, analisando se em algum lugar do planeta você também fecha os olhos quando escuta a palavra amor. É quase dia dos namorados, é quase um ano de namoro e espero ansiosamente pela sua chegada, arrumo a casa e a bagunça do coração, coloco os pratos sujos, os copos lascados e as mágoas numa gaveta bem escondida que é pra não estragar o jantar, e junto com as taças novinhas de vinho coloco um frasco vazio que é pra encher de amor quando você se sentar ao meu lado.
A essa altura já tenho dúvidas do que é realidade e o que é fantasia. Me aproximo de você, ali, deitado do outro lado da cama, e no momento do tão esperado beijo, aquele que diz se o sapatinho de cristal serve ou não nesse pé cansado, eu acordo. Eu simplesmente acordo. Antes que pudesse abrir os olhos um par de abraços se encarrega de me acalmar da minha euforia, me envolve numa redoma de carinho e antes que eu pudesse raciocinar coloca nos devidos lugares, todas as peças do quebra cabeça.
- Calma, foi só um sonho…
Querido encantado, não foi só um sonho…
Suspiro. Acima da realeza te agradeço por ser real. Afinal, amores de verdade são infinitamente melhores que os amores dos sonhos. Sejam eles encantados ou não.”

Sua princesa.


“Aos casados há muito tempo, aos que não casaram, aos que vão casar, aos que acabaram de casar, aos que pensam em se separar, aos que acabaram de se separar, aos que pensam em voltar...
Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem é amar. Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras. Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata. Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado. Tem algum médico aí?
Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que? O amor. Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar. O que sobra é o amor que todos conhecemos, o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho. É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo.
Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja. O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.
A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.
Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas. Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.
É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência...
Amor, só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem que saber levar.
Amar, só, é pouco. Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.
Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança. Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou.
É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão. E que amar, 'solamente', não basta. Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, falta discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado. O amor é grande mas não é dois.
É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da relação”.


Arthur da Távola

segunda-feira, 21 de maio de 2012



Ando tão saudosa da Primavera...
O perfume das flores e o colorido das arvores na sua estação de vida!
Ando saudosa das estrelas que víamos juntos e das borboletas que voavam ao nosso redor.
Outono é a época da despedida,
Hora de dormir por um tempo e renascer em épocas mais amáveis
Se é que essa época existirá algum dia...

sábado, 19 de maio de 2012

Alma Gêmea


“Alma Gêmea de minha Alma 
Flor de Luz de minha Vida 
Sublime Estrela caída 
Das belezas da Amplidão. 
Quando eu errava no Mundo... 
Triste e Só, no meu Caminho, 
Chegaste, Devagarinho, 
E Encheste-me o Coração. 
Vinhas na Benção das Flores
Da Divina Claridade, 
Tecer-me a Felicidade 
Em Sorrisos de Esplendor!!!! 
És meu Tesouro Infinito. 
Juro-te Eterna Aliança. 
Porque sou tua Esperança, 
Como és todo meu Amor!! 
ALMA GEMEA De Minha Alma 
Se eu te perder algum dia... 
Serei tua escura agonia, 
Da saudade nos seus véus... 
Se um dia me abandonares 
Luz terna dos meus amores, 
Hei de esperar-te, entre as flores 
Da Claridade dos céus.”

Chico Xavier

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A mulher e o Lobo



Uma mulher saudável é muito parecida com um lobo, grande força de vida, doação de vida, ciente de seu território, intuitiva e leal. Porém, a separação de sua natureza selvagem faz com que uma mulher torne-se escassa, ansiosa, e temerosa.
A natureza selvagem contém a medicina para todas as coisas. Ela transporta estórias, sonhos, palavras e canções. Ela carrega tudo que uma mulher precisa ser e saber. Ela é a essência da alma feminina...
Com a natureza selvagem como aliada e professora, nós não vemos apenas através de nossos olhos, mas também através dos muitos olhos da intuição.
Ela é intuição, consegue ver longe, ouvir profundo, e ela tem um coração leal. Com a intuição nós somos como uma noite estrelada, nós observamos o mundo através de milhares de olhos.
Isto não significa perder as socializações básicas de uma pessoa. Isto significa totalmente o oposto. A natureza selvagem tem uma integridade vasta com ela. Significa estabelecer território, encontrar o grupo de uma pessoa, estar em um corpo com certeza e orgulho, falar e agir a favor de si mesma, estar consciente, extrair os poderes naturais da intuição feminina e elevar-se com dignidade, proceder como um ser poderoso que é amistoso, mas nunca domesticado.
A mulher selvagem é aquela que troveja na face da injustiça. Ela é aquela pela qual nós abandonamos o lar para procurar e aquela pela qual nós retornamos ao lar.
Ela deve vagar pelas antigas sendas, defender seu conhecimento instintivo, orgulhosamente ostentar as cicatrizes de batalha de sua época, escrever seus segredos em paredes, recusar ser envergonhada, liderar o caminho, ser astuta e usar sua perspicácia feminina.
Onde podemos encontrá-la? Ela caminha nos desertos, cidades, florestas, oceanos, e na montanha da solidão. Ela mora nas mulheres em todos os lugares: em castelos com rainhas, nos escritórios e nos ônibus noturnos para os subúrbios.
Ela mora em um local distante que abre caminho através de nosso mundo. Ela mora no passado e é convocada por nós. Ela está no presente. Ela está no futuro e caminha de volta no tempo para nos encontrar agora.
Mulher selvagem sussurra as palavras e os caminhos para nós, e nós a seguimos. Ela corre à nossa frente, mas para e espera para ver se nós a estamos alcançando. Ela tem muitas coisas para nos mostrar.
Quer você possua um coração simples ou ambicioso, quer você esteja tentando alcançar o grande sucesso ou apenas atingir o dia de amanhã, a natureza selvagem pertence a você.
Não seja uma tola. Volte e fique sob aquela flor vermelha e caminhe, direto em frente para superar a última milha mais difícil. Escale até a caverna, rasteje através da janela de um sonho, examine o deserto e veja o que você encontra. É o único trabalho que temos que fazer.
Sem nós, a mulher selvagem morre. Sem a mulher selvagem, nós morremos. Para a verdadeira vida, ambos devemos viver.
O instinto maternal em cada um de nós é a Medicina do Lobo. Pois o Lobo é uma progenitora, e um progenitor. De forma simplificada, isto significa que o lobo detém a energia paternal e maternal em sua vibração.
A Medicina do Lobo com a qual uma mulher caminha, que ela chama de intuição, é o Lobo amigo dela. No antigo caminho, o lobo amigo era conhecido por vir ao vilarejo proteger as crianças.
Esta energia do lobo amigo vem do sobrenatural. É a parte sobrenatural da mulher que sabe como alterar seu amor, sua intenção, e suas habilidades de criação para a forma do Lobo. Assim, ela vem ao vilarejo na forma de uma Loba, para proteger as crianças e os mais velhos carentes.”

The Soul of the Indian
Dr. Charles Alexander Eastman, 1911.

terça-feira, 15 de maio de 2012



Tudo bem, eu me rendo...
Eu me entrego!
Me entrego pros dias de sol
E pra noites enluaradas e geladas!
Me entrego pros dias quentes com sorvete e pros gelados me entrego ao edredom.
Me entrego pra batata frita, pro chocolate, pras gordurinhas a mais..
Me entrego pra uma segunda feira de manhã na academia...
Me entrego pra bagunça do meu guarda-roupa e pra cama desarrumada.
Me entrego pras camisetas de bandas, e pro cabelo desgrenhado ao som do bom e velho rock and roll...
Me entrego pra aquele velho filme de amor esquecido na estante
E pro livro de desenho infantil deixado num canto da memória...
Me entrego pra uma boa leitura antes de dormir!
Pronto, me entrego, me rendo...
Sou culpada!
Me entrego pro colo de mãe quando tudo parece não fazer mais sentido algum!
Me entrego pros cheiros de perfumes antigos esquecidos na lembrança e pra linhas escritas por mim quando as coisas faziam mais sentido que hoje em dia!
Me entrego pra risada da criança solta no ar e as cores vibrantes da moçadinha hoje em dia...
Afinal, se o mundo tem tantas cores, porque ser só preto em branco?
Me entreguei, pronto, não pensei muito.
Fui caminhando devagar pelo tempo bom da tarde
Como um camaleão sugando todas as cores ao meu redor!
Fui me adaptando às situações e fazendo o que eu achava certo,
Se for errado tanto faz...eu acho certo e é o que vale...
Estou me entregando...pronto!
Ao hoje, ao agora porque o amanhã...bom, o amanhã é incerto demais para uma simples mortal como eu.
Estou arrumando as malas e me entregando a estrada.
Estou me libertando dos meus esconderijos escuros, deixando a porta aberta pra luz do dia entrar...a música entrar!
É hora de se entregar, antes que a minha cortina se feche e seja tarde demais...

segunda-feira, 14 de maio de 2012

♥**DÉCIMO PRIMEIRO MÊS**♥


Meu amor, minha atenção, meu carinho...
Minha dedicação, meu esforço, minha fé.

Se eu pudesse te daria tudo isso, tudo e mais o que conseguisse pra te ter o tempo todo perto de mim.
Lá se foram onze meses meu amor, onze meses de todas as sensações do mundo...brigamos tanto e fizemos as pazes todas as vezes, nos amamos muito e nos detestamos também, fomos os opostos que se atraem e os dispostos a se amar pra sempre!
Eu estou fazendo o meu melhor pra te merecer no final, pra merecer o nosso final feliz, o nosso pertinho pra sempre, o nosso casulinho infinito, pezinho com pezinho e colo no fim do dia! Estou lutando pra que tudo dê certo pra nós, e eu fico muito feliz quando no campo de batalha olho para o lado e vejo um cavaleiro raro de armadura reluzente ao meu lado, lutando todas as batalhas juntos comigo...eu me sinto muito mais forte com você por perto...
Estamos nos esforçando ao máximo nessa batalha diária contra a distância que insiste em machucar e deixar nossos corações partidos. Ás vezes as coisas ficam difíceis e temos que tirar forças do mais fundo de nossos corações pra seguir em frente, mas é nesse minuto que nos encontramos, a distância acaba e o abraço chega...o abraço que preenche todo o vazio de dentro do peito, o abraço que conforta e que dá animo pra aguentar o tempo que for necessário.
É nesse minuto que encontramos a felicidade plena do nosso amor. Descobrimos que somos mais forte que tudo e que nada pode nos separar!
Confesso que se eu tivesse minhas asas de volta, todos os dias a noite voaria ao seu encontro só pra poder descansar em seu peito a noite, dormir o sono tranquilo sentindo sua mão fazendo carinho em meus cabelos e sabendo que você está ali me protegendo de todas as sombras que estão ao meu redor...mas por enquanto, eu estou sem asas...então tenho que me contentar em caminhar ao seu encontro. Tudo bem se vierem os espinhos para os meus pés pisarem, se for necessário até eu te alcançar eu o farei, mas chegarei até você o mais rápido possível.
Por mais que o tempo seja cruel e resolva passar bem devagar quando estamos longe um do outro, eu confio no amor que existe em nosso coração, que é a luz que nos guia em meio as trevas para que estejamos juntos de novo.
Nesses onze meses juntos, eu me lembro sempre do seu olhar, do seu jeitinho de sorrir com os olhos, do seu colo quentinho e do seu abraço de urso bem apertado...eu me lembro da sua voz cantando pra mim, eu me lembro das suas mãos fazendo carinho e do gostinho da sua boca...me lembro que não vivo bem sem você, principalmente nesses dias frios de outono em que o vento sopra mais forte e quase não consigo andar na rua...falta um pedaço grande em meu coração, falta metade de mim e nessa época é mais difícil equilibrar!
Enfim, eu sei que esse é um post de comemoração de onze meses com você e você sabe como eu me sinto feliz por isso, mas não tem como não falar da saudade que machuca demais meu coração! Então volta logo pra me preencher, acabar com esse vazio todo e pra me esquentar porque estou congelando aqui....volta logo amor pra gente viver o nosso felizes para sempre e comemorar todos os dias o nosso amor bem grudadinhos!

FELIZ BODAS DE CHICLETE!
FELIZ ONZE MESES DE NAMORO!
FELIZ VOCÊ E EU...
TE AMO DEMAIS DEMAIS DEMAIS DEMAIS DEMAIS DEMAIS E MUITO MAIS!!!

Sua Bo...

Ahhh...não podia esquecer do seu presente de Onze Meses *-*
O meu segundo vídeo editado...rs



♥**DÉCIMO PRIMEIRO MÊS**♥


RAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAWWWWWWWWWWWWRRRRRRR!!!!!

sexta-feira, 11 de maio de 2012

SURPRESA!!!


Teria nesse mundo algo melhor que Cup Cake com Borboletas de Chiclete pra comemorar nossas bodas de chicletes?? *_*

ONZE MESES!! *_*

Espero que esses 11 sejam só o começo >< Na verdade são mesmo!! Começo de uma nova vida, com novos rumos e uma Bo linda do meu ladinho pra sempre!! *_* Quer presente de namoro melhor que esse?

Nossa vida tem sido tão tumultuada nos últimos tempos... idas e vindas, problemas e mais problemas, que no fim só se mostram um tanto quanto fracos frente aos bons ventos que sopram a nosso favor, e graças a eles hoje estamos onde estamos. Junto a todas as tempestades vieram o crescimento e o amadurecimento. Hoje digo que sou um alguém muito, muito, mas muito feliz! *_* 

Nosso felizes para sempre CHEGOU! Ele já veio e tá ali fora, só esperando a gente chamar pra entrar *_* Após esse novo começo nada mais será como antes. Tudo será melhor do que qualquer coisa que já passamos... Menos problemas, menos intrigas e desentendimentos e muito mais amor, carinho, paparicos, cuidados e calor. Muito mais pézinho, filminho, brigadeiro e casulinho. Muito mais de tudo que nos faz bem e felizes. Pra sempre... Juntinhos! *_*

Muito mais do que três gatinhos ou uma meia dúzia de canções de ninar, muito mais histórias pra contar. Muito mais brilho no olhar e muito mais tempo pra te amar >< Cá estamos na reta final pra tudo aquilo que sonhamos, nossos planos, nossas viagens, nossos desejos e realidades. ><

Não dá pra explicar o que explode aqui de felicidade e ansiedade. Tudo tão perto e ao mesmo tempo tão longe... Quanto mais perto mais lentamente o relógio conta >< E a gente tem que segurar as pontas pra dar conta e não surtar de vez ><

Bo... EU TE AMO!

Você faz tanta falta... é uma saudade que acumula a cada segundo que passa desde o momento que nos separamos até aquele em que nos beijamos >< Não vejo a hora de chegar, te abraçar bem forte, te tirar do chão com meus braços e depois com um beijo >< Te segurar e não largar, quem sabe até te arrastar por cima dos muros que nos separam até que não reste um pra nos segurar ><

Feliz 11 meses!!!!!!!!!!

Feliz bodas de chicletes!!!!!!

Obrigado por estar sempre comigo, por ser parte da minha vida... Obrigado por tudo que passamos e por todo o resto que ainda está por vir, nessa nossa história que só está começando ><


♥ MINA RAKASTAN SINUA BO ♥

A propósito... Eu já disse que te amo hj? ><


♥ Do Bo pra Bo ♥

terça-feira, 8 de maio de 2012




Ando tendo certa dificuldade de voar, 
por isso peguei as asas de Caio emprestadas um pouco...

Carta para além do muro

“Olha, estou escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem sempre que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa. Hoje eu achei que ia conseguir, que ia conseguir dizer, quero dizer, dizer tudo aquilo que escondo desde a primeira vez que vi você, não me lembro quando, não lembro onde. Hoje havia calma, entende? Eu acho que as coisas que ficam fora da gente, essas coisas como o tempo e o lugar, essas coisas influem muito no que a gente vai dizer, entende? Pois por fora, hoje, havia chuva e um pouco de frio: essa chuva e esse frio parecem que empurram a gente mais para dentro da gente mesmo, então as pessoas ficam mais lentas, mais verdadeiras, mais bonitas. Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até. Hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse. Por dentro também eu estava preparado para dizer, um pouco porque eu não aguento mais ficar esperando toda hora você telefonar ou aparecer, e quando você telefona ou aparece com aquelas maças eu preciso me cuidar para não assustar você e quando você pergunta como estou, mordo devagar uma das maçãs que você me traz e cuido meus olhos para não me traírem e não te assustarem e não ficarem querendo entrar demais no de dentro dos teus olhos, então eu cuido devagar tudo que digo e todo movimento, porque eu quero que você venha outras vezes e eles dizem que se eu me mostrar como realmente sou você vai ficar apavorado e nunca mais vai aparecer nem telefonar — eu não aguento mais não me mostrar como sou. Hoje de manhã acordei bem cedo, e depois de conversar com eles consegui permissão para caminhar sozinho no jardim, eu disfarcei muito conversando com eles porque queria muito caminhar sozinho no jardim. Àquela hora ainda não estava chovendo, ou estava, não me lembro, ou havia chovido ontem à noite, não, acho que não estava chovendo não, porque eu lembro que as folhas estavam limpas e molhadas e a terra tinha um cheiro de terra molhada: eu comecei a lembrar, lembrar, lembrar e o meu pensamento parecia um parafuso sem fim, afundando na memória, eu não suportava mais lembrar de tudo o que se perdeu, tudo o que perdi, não fui e não fiz, mas não conseguia parar. Então comecei a gritar no meio do jardim molhado com as duas mãos segurando a cabeça para que não estourasse. Aí eles vieram e disseram que não tinha jeito e que estavam arrependidos de terem me deixado sair sozinho e que aquela era a última vez e que eu disfarçava muito bem mas não conseguiria mais enganá-los. Eu disse que não tinha culpa do meu pensamento disparar daquele jeito, mas acho que eles não acreditaram, eles não acreditam que eu não consigo controlar pensamento. Então me deram uma daquelas injeções e eu afundei num sono pesado e sem saída como este espaço dentro desses quatro muros brancos. Foi depois que acordei, não sei se hoje ou amanhã ou ontem, eu te escrevo dizendo hoje só para tornar as coisas mais fáceis, foi depois que acordei que perguntei se você não tinha vindo nem telefonado, e eles disseram que você não viera nem telefonara. É provável que estivessem mentindo, eles dizem que eu preciso aceitar mais a realidade das coisas, a dureza das coisas, e às vezes penso que tornam de propósito as coisas mais duras do que realmente são, só pra ver se eu reajo, se eu enfrento. Mas não reajo nem enfrento. A cada dia viver me esmaga com mais força. Não sei se eles escondem de mim a sua visita, se não me chamam quando você telefona, se dizem que já fui embora, que já estou curado, não sei se você não vem mesmo e não telefona mais, não sei nada de ninguém que viva atrás daqueles muros brancos, você era a única pessoa lá de fora que entrava aqui dentro de vez em quando. É verdade que eles todos moram lá fora, mas é diferente, eles vivem tanto aqui dentro que não consigo acreditar que sejam iguais aos lá de fora, como você. Você, sim, era completamente lá de fora. Digo era porque faz muito tempo que você não vem, sei do tempo que você não vem porque guardei no meio das minhas roupas um pedaço daquela maçã que você me trouxe da última vez, e aquele pedaço escureceu, ficou com cheiro ruim, encheu de bichos, até que eles me obrigaram a jogar fora. Acho que os pedaços da maçã só se enchem de bichos depois de muito tempo, não sei. Parei um pouco de escrever, roí as unhas, preciso roer as unhas porque eles não me deixam fumar, reli o começo da carta, mas não consegui entender direito o que eu pretendia dizer, sei que pretendia dizer alguma coisa muito especial a você, alguma coisa que faria você largar tudo e vir correndo me ver ou telefonar e, se fosse preciso, trazer a polícia aqui para obrigá-los a deixarem você me ver. Eu sei que você quer me ver. Eu sei que você fica os dias inteiros caminhando atrás daqueles muros brancos esperando eu aparecer. Eles não deixam, acho que você sabe que eles não deixam. Não vão deixar nem esta carta chegar às suas mãos, ou vão escrever outra dizendo que eu não gosto de você, que eu não preciso de você. Mas é mentira, você tem que saber que é mentira, acho que era isso que eu queria dizer preciso escrever depressa antes que eu me esqueça do que eu queria dizer era isso eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro ou do outro lado.
Parei um pouco de escrever para olhar pela janela e principalmente para ver se eu conseguia deter o parafuso entrando no pensamento. Acho que consegui. Porque quando começo assim não consigo mais parar, e não quero que eles me deem aquela injeção, não quero ouvir eles dizendo que não tem remédio, que eu não tenho cura, que você não existe. Eu acho graça e penso em como você também acharia graça se soubesse como eles repetem que você não existe. Depois eu paro de achar graça e fico olhando a porta por onde não entra o telefone por onde você não fala e me lembro do pedaço apodrecido daquela maçã e então penso que talvez eles tenham razão, que talvez você não venha mais, e com dificuldade consigo até pensar que talvez você não exista mesmo. Mas não é possível, eu sei que não é possível: se estou escrevendo para você é porque você existe. Tenho certeza que você existe porque escrevo para você, mesmo que o telefone não toque nunca mais, mesmo que a porta não abra, mesmo que nunca mais você me traga maçãs e sem as suas maçãs eu me perca no tempo, mesmo que eu me perca. Vou terminar por aqui, só queria pedir uma coisa, acho que não é difícil, é só isso, uma coisa bem simples: quando você voltar outra vez veja se você me traz uma maçã bem verde, a mais verde que você encontrar, uma maçã que leve tanto tempo para apodrecer que quando você voltar outra vez ela ainda nem tenha amadurecido direito.”

CFA - Fragmentos