(...)Aqui, no fundo do quarto onde sempre estou, o azul do céu encontra um jeito de entrar e sentar nas coisas com uma suavidade ladina, como um lorde inglês sobre a cruz perfeita de suas pernas, prometendo novidade, como um amigo inconveniente, esse azul, que não se aparta nunca e se faz, o tempo inteiro, sentado ao nosso lado, na nossa cadeira, sem hora de sair. Jaz aqui mais uma vez a divina luz se erguendo em meus pés. Tudo a iluminar. E, vejo no espelho sem realmente o ver, algo por detrás da máscara de minha quietude, algo além de meus lábios cerrados, algo em mim do tamanho dessa luz, como se sua sombra fosse, grita um grito louco, um grito insano de beata louca que arranca os cabelos, puxando-os com a brutalidade de quem deseja expor o cérebro como quem tira uma seda de sobre um bouquetde flores, um grito de Maria I nos corredores do Palácio de Queluz se forma dentro de mim, se ergue grande como um Polifemo desesperado de medo, e eu sinto o meu corpo quando este sente a última vibração de um tremor que se espalhou por ele e se extinguiu sem que o sentisse deveras.
Não pode ser a vida sempre assim…
Quantos são? Os que sentem o momento exato em que essa escuridão sem remédio atravessa o véu que é entre o que é dia e o que é noite, essa que nos vem, nem bem Aurora terminou seu labor trazendo de volta a mão para junto do corpo pro Carro Solar passar pela sua frincha, se recorremos a mitologias. Ou sendo mais verdadeiro, quantos são os que sentem essa força demoníaca, essa força satânica, essa Uma escuridão, que cresce do nosso lado, talvez à nossa direita e faz a Terra girar à sua volta, à procura da iluminação desse astro distante e estagnado do céu de todas as gentes?…
Essa Claridade infinda, essa chama imperecível que não para nunca, não para um só dia de cair sobre essas nossas cabeças cobertas de anátemas…
O simples ato de levantar na manhã de todos amanhãs e vê que é dia mais uma vez…
…tem sido desesperador, olhar o sol outra vez, o calor na carne, a vida que pulsa…
E que mais? E o que mais há?
Não seja a vida sempre só isso…
Não pode ser sempre só isso, Céus…
…um girassol desesperado fitando o sol do nascente ao poente…
Pedindo: “Vida!”.
Não pode ser a vida sempre assim…
Quantos são? Os que sentem o momento exato em que essa escuridão sem remédio atravessa o véu que é entre o que é dia e o que é noite, essa que nos vem, nem bem Aurora terminou seu labor trazendo de volta a mão para junto do corpo pro Carro Solar passar pela sua frincha, se recorremos a mitologias. Ou sendo mais verdadeiro, quantos são os que sentem essa força demoníaca, essa força satânica, essa Uma escuridão, que cresce do nosso lado, talvez à nossa direita e faz a Terra girar à sua volta, à procura da iluminação desse astro distante e estagnado do céu de todas as gentes?…
Essa Claridade infinda, essa chama imperecível que não para nunca, não para um só dia de cair sobre essas nossas cabeças cobertas de anátemas…
O simples ato de levantar na manhã de todos amanhãs e vê que é dia mais uma vez…
…tem sido desesperador, olhar o sol outra vez, o calor na carne, a vida que pulsa…
E que mais? E o que mais há?
Não seja a vida sempre só isso…
Não pode ser sempre só isso, Céus…
…um girassol desesperado fitando o sol do nascente ao poente…
Pedindo: “Vida!”.
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