domingo, 18 de agosto de 2013

“Nós também já estivemos lá, na Terra do Nunca; ainda podemos ouvir o barulho das ondas, mas nunca mais vamos desembarcar.”


“A Terra do Nunca é sempre mais ou menos uma ilha, com pinceladas maravilhosas de cor aqui e ali, e recifes de coral e barcos velozes prontos pra zarpar, e esconderijos selvagens e secretos, e gnomos que quase sempre são alfaiates, e cavernas atravessadas por rios, e príncipes com seis irmãos mais velhos, e uma cabana caindo aos pedaços, e uma velhinha bem baixinha com nariz de gavião (...). É claro que as Terras do Nunca variam muito, mas em geral têm semelhanças entre si como os membros de uma família e, se elas ficassem paradas uma do lado da outra,  você ia poder dizer que têm o mesmo nariz e coisas assim. De todas as ilhas deliciosas que existem, a Terra do Nunca é a mais aconchegante e compacta; não é grande e espalhada sabe?  Com aquelas distancias chatas entre uma aventura e outra. É bem apertadinha. Quando você brinca nela durante o dia, usando as cadeiras e toalhas da mesa. Ela não é nem um pouco assustadora. Mas nos dois minutos antes de você dormir, ela fica quase, quase real. É por isso que a gente sempre deixa uma luzinha acesa no quarto durante a noite.”

Peter Pan - J. M. Barrie



Um comentário:

  1. :')
    O que dizer dessa infância eterna, dessa magia que a gente tenta deixar acesa como quem tenta não apagar as velhinhas de cima do bolo muito depois do fim da festa.
    N'O Silmarillion, Tolkien conta que Eru colocou no homem uma ânsia, uma inquietude, um desejo por algo que ele próprio desconhece. O que eu acho mesmo, é que nos passamos a vida atrás da nossa Terra do Nunca.
    Atrás do reencontro com ela.

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