Depois de tudo ainda me pergunto se “rápido e diretamente” é a maneira
mais eficiente de se deixar o labirinto, depois de tudo eu ainda me pergunto se
eu quero sair do labirinto, se o fim dele não significa a minha morte, e se
significa a minha morte, o sofrimento acaba apenas quando ela chega?
Será que o labirinto significa deixar pra trás as coisas já feitas e
tentar achar a saída mais próxima, da maneira mais eficiente, mas novamente, se
o fim significa a morte, a saída diz que o jogo acabou?
Temos que conviver com cada caminho traçado, com cada tentativa frustrada,
com cada curva sem saída que passamos, recomeçar quantas vezes for preciso com
um único objetivo: a liberdade do sofrimento, mas que liberdade?
Durante muito tempo fingi que o labirinto não existia. Você procura
construir algo aconchegante em alguma parte do caminho, fica por lá, chamando
aquele lugar de lar, é o seu aconchego, seu porto seguro, mas um dia tudo
aquilo que a gente constrói pelo caminho desmorona, lento e demoradamente, mas desmorona,
uma hora ou outra não haverá mais lar para voltar, as pessoas que você ama um
dia vão achar a saída, e sobrará apenas você ali perdido, você pode acreditar
que elas estão em um lugar melhor olhando pra você e te guiando, “às
vezes, ainda acho que a outra vida é algo que inventamos para apaziguar a dor
da perda, para tornar nosso tempo no labirinto suportável”, mas a realidade é
que no fim só sobra você.
Ao mesmo
tempo em que procuramos a saída nos machucamos. Inúmeras vezes caímos, erramos,
mas jamais seremos irremediavelmente feridos, pois no fim de tudo a matéria se recicla,
no fim tudo recomeça e recomeça e recomeça, não nascemos, não morremos, apenas
mudamos.
Quando
François Rabelais saiu do labirinto, ele apenas disse: Saio em busca de um
Grande Talvez. Se assim for, todos nós procuramos o nosso Grande Talvez, a
nossa saída do labirinto de sofrimento, a nossa tão sonhada liberdade.
“Nasci no labirinto de Bolívar, então devo
acreditar na esperança de Rabelais por um Grande Talvez.”
*O general no
seu labirinto - Gabriel Garcia Márquez – É um romance histórico então não sei
se é verdade, mas no livro, na hora de sua morte Simón Bolívar estremeceu
diante da revelação de que a corrida arrojada entre seus males e seus sonhos
estava chegando ao fim. O resto eram trevas. 'Droga', ele suspirou. 'Como
sairei deste labirinto?'
P.S – Esse
texto foi escrito depois deu ter terminado o livro “Quem é você Alasca?” do
John Green, então, não sei se vocês entenderão sem lê-lo.
Ai, que reviravolta na cabeça...
ResponderExcluirTexto bem forte...
Vc esta de parabens. Acho q conseguiu nos apresentar um ponto ee vista bem cara de Gordo kkkk amei
ResponderExcluirNossa texto emocionante,eu me sinto assim mais não revelo a ninguém. Para mim o labirinto é o seu maior medo. Mas o labirinto varia de cada pessoa... A única forma de cada um sair dele seria a morte ? Ou encontrar uma saida mais proxima ? Mais uma pergunta em questão
ResponderExcluirMás afinal só sairemos do labirinto após a morte? Já não aguento mais :(
ResponderExcluirA "saída mais próximo" seria no caso algo que nos fizesse feliz. A forma de sair do labirinto é encontrar a felicidade, e segurar ela com força.
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