Sopra, vento,
e carrega além daqui
o que me vai no pensamento;
Corre, água,
e deságua a mágoa no além mar
dessa ausência, demência que me afoga;
Passa, nuvem,
e desliza meu desejo
de querer quem eu não vejo;
Volta, tempo,
e devolve pra os meus braços
os abraços, laços, lentos;
Olha, Deus,
esta tua criatura
com pecados, nada pura
que suspira, chora, inspira.
Concede-me um milagre
e deixai ser, esse amor
que desde sempre já é.
Fazei vinho, do vinagre
e batizai a minha fé.
Célia Sena
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