Nossas
conversas sempre tem um fundo de dor irremediável, de sangue e cheiro, de prosa
do avesso, de verdade, de amor.
Uma poesia
com versos bagunçados e sem rima que alguém deixou escondida na mesa de
trabalho, mas que todos os dias recita pra se lembrar de como aquilo faz todo
sentido do mundo.
Nosso
amor tem um quê de loucura, de apego, de magnificência destemperada e ao mesmo
tempo possui um tom blasé de tanto fez e tanto faz.
Um
romantismo vitoriano de suicídios descabidos e sacrifícios por promessas vãs.
Uma
mistura que engloba sentimentalismo exagerado num copo de agua ardente pra
descer queimando ainda mais.
Mãos
atadas pelo simples compromisso de darem bem por toda uma vida, de se quebrarem
e se concertarem quantas vezes forem necessárias, morrer pra renascer a cada
estação mais belo, é tempo de amor (im)perfeito no meu jardim.
Escuto
você falar de amor de uma maneira que me emociona, são os seus gestos que
passam despercebidos pro resto do mundo que mais revelam a mim o seu amor, o
olhar parado estudando cada centímetro do meu rosto, o sorriso sem graça após
uma mordida na maça do amor, a brincadeira com meus cabelos, a sua preocupação
em sempre me tocar, deixar suas mãos sobre as minhas na mesa do bar, colocar
seu pé entrelaçado no meu ao ver TV.
Recebo de
bom grado cada demonstração desse seu amor por mim, sem ser piegas ou fazer afronta
a qualquer definição poética de amar, longe das vaidades sociais, e dos padrões
distorcidos dos relacionamentos, teu amor é o cantinho aconchegante onde eu
quero sempre descansar do mundo.
Não faz
diferença seus adjetivos, seus plurais, suas conjugações, suas fantasias e
esperas, não importa em que estação estamos ou quanto tempo nosso amor irá
durar, o que importa é ver a grandeza do eterno dentro dos seus olhos, e isso é
o que me faz continuar todos os dias.
Feliz 23 meses ♥
“...But love will bloom even in gloom...”
Te amo ♥