O portão
balançava, fazendo o seu barulho de sempre, lá fora gotas grossas de chuva
caiam insistentemente, ela estava sentada na janela e observava os pingos
deslizaram pelo vidro, pensava sobre o mundo e sobre as coisas que existiam
nele.
Não gostava
de dias assim, cinzas e frios, eram dias solitários em que não se podia brincar
no quintal, nem balançar nos galhos das árvores, dias em que não se podia andar
descalço e tomar sorvete... Dias que não passavam e tudo a deixava entediada.
Os dedos
frios desenhavam figuras na janela embaçada, um sol sorrindo, montanhas, pipas
no céu... e pensava que o mundo poderia ser como um desenho seu, colorido,
quente e feliz.
De repente
se assustou com o barulho do portão que bateu com força na parede e lá ficou. O
vento aumentou e trouxe um arrepio. Ela desceu da beirada da janela pra pegar
um casaco e escutou um barulho estranho no guarda roupa, algo estava se mexendo
lá dentro. Parou por uns instantes com medo de ser um rato ou o Bicho Papão,
pegou um travesseiro e segurando-o como se fosse à arma mais letal do mundo
abriu com força a porta.
Lá dentro
seu mundo mudou e ela percebeu que a chuva não podia durar para sempre...
E assim aconteceu.
“ E as coisas que começaram a acontecer
a partir daquele momento eram tão lindas e grandiosas que não consigo
descrevê-las. Para nós, este é o fim de todas as histórias, e podemos dizer,
com absoluta certeza, que todos viveram felizes para sempre.”
TRECHOSA ÚLTIMA BATALHA - AS CRONICAS DE
NARNIA
C. S. LEWIS
Nenhum comentário:
Postar um comentário