O homem é um predador. Por instinto, assim que troca as calças curtas pelas compridas, põe-se a investir contra sua presa preferida: a mulher. Quem já viu um felino se esgueirando pela savana, passos macios, olhos fixos na vítima, preparando-se para dar o bote, sabe do que estou falando.
Naturalmente, não estamos interessados em estraçalhar nossas vítimas. Mas, eventualmente, deixamos alguns corações despedaçados pelo caminho. Ossos do ofício de um predador, sem trocadilhos.
Como todo bom caçador, vamos adquirindo experiência com o tempo. Ainda jovens, hesitamos diante de uma presa muito apetitosa. Como um jovem leão, acumulando frustrações diante de caças experientes, vez por outra somos subjugados por mulheres capazes do nos deixar totalmente desarmados. É inegável: a presa do bicho homem é cheia de artimanhas, truques, e tem uma habilidade inata de se esquivar das investidas mais bem arquitetadas.
No entanto, como o passar do tempo, aprendemos a fazê-las capitular. Não sem muita técnica, claro. Esta malícia em abater as fêmeas da espécie torna o homem um predador peculiar. Somos os únicos que estabelecem uma relação de confiança com a presa. Para maioria dos predadores, estar próximo da presa significa boas chances de devorá-las. Para nós, homens, se aproximar da caça está longe de significar que iremos comê-la. O jogo de gato e rato está apenas começando.
A condição sine qua non é fazê-las confiar na gente. Em hipótese alguma elas podem nos ver como um predador. Quando detectam o tipo “comedor”, elas logo se afastam como uma zebra diante da proximidade de um faminto leão. Mestre na fina ironia, ainda nos chamam de “galinhas”, desqualificando nossos instintos predadores comparando-nos com uma ave passiva e domesticável.
Assim, um predador habilidoso graceja, sorri, tem arroubos românticos e elogia (é fundamental ressaltar suas qualidades de presa). E o principal: é preciso ouvir o que nossa presa tem a dizer. Elas adoram se comunicar, até mesmo com seu predador. Por isso, mantemos nossa essência de tubarão, mas nos comportamos como o fliper.
Mas não pensem vocês, leitores, que a presa do bicho homem é fácil de enganar. Pelo contrário, a maioria delas sabe que todo esse mise-en-scène tem um só objetivo: levá-las ao campo de abate, a cama. Mas se seguirmos o script como manda as regras, num determinado momento elas deixam de se esquivar e cedem. Bingo! Está na hora de voltar à caça.
ACHO QUE ESTÁ MAIS DO QUE NA HORA DESSE JOGUINHO SE INVERTER...
VCS NÃO ACHAM?